Uma variedade controversa de alimentos Transgênicos pode ser liberada para comercialização no Brasil.
São sementes de milho e soja resistentes ao Agrotóxico
2,4-D, utilizado para combater ervas daninhas de folha larga.
Diferentes das comuns, as supersementes suportam o herbicida sem morrer.
Há temor, no entanto, de que a presença no mercado estimule o uso
excessivo do defensivo.
O Ministério Público Federal (MPF) realizou audiência pública neste mês
para saber mais sobre essa classe específica de organismos geneticamente
modificados. Para o órgão, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio), responsável pela liberação, não fez análise satisfatória dos
impactos das sementes na saúde humana e no ambiente.
– Existem duas coisas. O herbicida em si e a semente transgênica. Por ser transgênica, pode receber mais Agrotóxico ou ser feito um blend de Agrotóxicos.
Não vem ao mundo isolada. O que pedimos à CTNBio é que, quando for
decidir se vai ou não liberar, faça um avaliação global, com cenários
reais – diz o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes.
Segundo ele, participantes da própria CTNBio procuraram o MPF e disseram
que a análise das sementes não levava em conta os riscos do aumento da
utilização do defensivo agrícola nas lavouras.
– Era uma análise superficial da semente, não do 2,4-D – avaliou Lopes,
que, a partir dessas informações, instaurou inquérito civil para apurar
se há irregularidade no processo.
Presidente da CNTBio, Flávio Finardi, falou, na audiência púbica, sobre
as implicações éticas e socioeconômicas das deliberações do órgão:
– Estamos cumprindo a lei e fazendo todas as avaliações que estão ao nosso alcance.
Segundo Marco Pavarino, assessor do Ministério do Desenvolvimento
Agrário, a preocupação principal é com as consequências da liberação das
sementes resistentes a Agrotóxicos para os pequenos agricultores.
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