15/12/2013 - 14h42
O acervo é o maior do gênero na América Latina e um dos mais valiosos
entre vários outros de cunho biológico da instituição brasileira. São
mais de 37.500 lotes, com amostras provenientes dos cinco continentes,
que foram sendo incorporadas à coleção desde o início do século 20 e até
hoje estão disponíveis para pesquisa e consulta pela comunidade
científica.
Os helmintos são vermes parasitas causadores de muitas doenças no ser
humano, como esquistossomose, ascaridíase, teníase, cisticercose e
filariose, entre outras. São enfermidades que podem ter sua ocorrência
relacionada a condições precárias de higiene e saneamento.
A coleção do Instituto Oswaldo Cruz também contempla helmintos de
interesse veterinários, causadores de verminoses em animais. As amostras
são preservadas em lâminas ou acondicionadas em frascos, em álcool,
formol ou outros meios líquidos.
Iniciada em 1913 pelos pesquisadores José Gomes de Faria e Lauro Pereira
Travassos, a Coleção Helmíntica recebeu contribuições de expoentes da
ciência brasileira, como Oswaldo Cruz, Adolpho Lutz e Gaspar Viana.
Instituições estrangeiras também deram importante contribuição ao
acervo, que se caracteriza por sua Biodiversidade.
“Aqui existem helmintos depositados desde o início do século 20, entre
holótipos e parátipos, totalizando 872 tipos de espécies coletadas no
Brasil e no exterior”, descreve o pesquisador do Laboratório de
Helmintos Parasitos de Vertebrados (LHPV) do IOC, Marcelo Knoff, curador
da coleção desde 2007. “Os holótipos são utilizados como base para
descrição de uma nova espécie e os parátipos são os espécimes
semelhantes de um mesmo lote depositado”, explica o especialista, mestre
em parasitologia veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (UFRRJ) e doutor em biologia parasitária pelo IOC.
Segundo Knoff, a cada ano aproximadamente 250 novos lotes de helmintos
são depositados na coleção. O curador é o responsável por administrar o
acervo e obter melhorias para o espaço por ele ocupado no Pavilhão
Cardoso Fontes, um dos vários prédios do campus da Fiocruz em
Manguinhos, zona norte do Rio.
Nos anos de 2007 e 2008, o apoio financeiro do Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possibilitou significativas
mudanças no ambiente que abriga o acervo. Além de melhorias de
infraestrutura, as estantes e gavetas de madeira do início do século 20
foram substituídas por modernos armários de aço, com prateleiras
deslizantes, suficientes para acomodar o crescimento da coleção pelos
próximos 100 anos.
Outra modernização foi a do gerenciamento de dados da coleção, agora
informatizado e não mais dependente das tradicionais fichas
catalográficas. “Concluímos a digitalização, iniciada em 2003, das
fichas de todos os helmintos depositados. Hoje, as informações estão
disponíveis para consulta de forma gratuita”, comemora Marcelo Knoff.
As visitas e consultas são feitas a partir de solicitações de cientistas
de diversas instituições e têm o acompanhamento da equipe encarregada
de zelar pelo acervo. “São visitas programadas, geralmente com um mês de
antecedência, tanto para finalidade de pesquisa quanto para conhecer a
coleção”, explica o curador.
O empréstimo de espécimes também é um serviço prestado a pesquisadores
do Brasil e do exterior. De 2003 a 2012 foram feitos 2.519 empréstimos
em território nacional e 673 para pesquisas fora do país. Instituições
científicas dos Estados Unidos, da França, Itália, Suíça, Bélgica, do
México, da Argentina e de Cuba já solicitaram empréstimos de helmintos
da renomada coleção do Instituto Oswaldo Cruz.
Edição: Fernando Fraga
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FONTE:http://www.cliptvnews.com.br/mma/intranet/amplia.php?id_noticia=34497
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