9 de junho de 2015

"O impacto é terrível, porque o soro antiveneno é o único tratamento para picada de animais peçonhentos. A falta dele coloca a vida das pessoas em risco", alerta Rejane Lira - UFBA.

Uso de soro antiveneno é racionalizado no estado da Bahia

Texto de Priscila Machado - A TARDE
  • Arquivo | Ag. A TARDE | 4.2.2011
    Acidentes com escorpiões estão entre os mais comuns na Bahia - Foto: Arquivo | Ag. A TARDE | 4.2.2011
    Acidentes com escorpiões estão entre os mais comuns na Bahia
A redução de soros antivenenos na Bahia, que ocorre há pelo menos dois meses, preocupa profissionais de saúde e pesquisadores da área. Por causa da reposição insuficiente, os Núcleos Regionais de Saúde e gestores dos hospitais baianos estão sendo orientados a racionar o uso dos antídotos.
O diretor do Centro de Informações Antiveneno (Ciave), Daniel Rebouças, conta que o estoque do antibotrópico, utilizado para combater veneno de jararaca, é o mais afetado.
Apesar de não quantificar a redução, ele diz que,  como estratégia para evitar a falta do soro,  está reduzindo a distribuição de medicamentos  em alguns municípios, conforme a demanda.
"Também estamos orientando os profissionais a evitar a utilização desnecessária. Mas, até o momento, não chegou a faltar", afirmou.
Nacional
Segundo Rejane Lira,  coordenadora da Rede Nacional de Informação, Diálogo e Cooperação sobre Animais Peçonhentos e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), a redução ocorre em todo o Brasil há mais de dois anos.
Os laboratórios responsáveis pela produção dos soros no  país - Institutos Butantan e Vital Brazil, Fundação Ezequiel Dias (Funded)e Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos - pararam de produzi-los.
A interrupção ocorreu em atendimento a uma solicitação de adequação das Boas Práticas de Fabricação feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Para  Rejane Lira, o problema é fruto de desorganização e incompetência do Ministério da Saúde: "O órgão teria que pensar  um rodízio entre os laboratórios para não parar a produção de vez". 
Ela conta que a produção só não foi interrompida por completo porque os quatro laboratórios se reuniram e decidiram fazer uma produção compartilhada. Mesmo assim, alguns estão dependendo da produção de plasma, feita pela Funded. "O  impacto é terrível, porque o soro antiveneno é o único tratamento para picada de animais peçonhentos. A falta dele coloca a vida das pessoas em risco", alerta.
A pesquisadora lembra que a Bahia é um dos estados que tem o maior número de acidentes com esses animais  - segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) - e   integra a lista das doenças  negligenciadas da Organização Mundial de Saúde.
Segundo Rebouças, os acidentes  mais comuns no estado ocorrem com escorpião e jararaca, embora não precisasse a quantidade. Rejane Lira afirma que casos com escorpião são frequentes em Salvador, mas afeta com mais gravidade  as crianças. Os tipos mais comuns  são os Tityus stigmurus (listrado) e  Tityus ferrulatus (amarelo).

8 de junho de 2015

Portal Índio Educa tem 200 artigos escritos por indígenas para ajudar professores e estudantes

Indígenas montam site e contam sua versão da história em materiais didáticos

TEXTO DE  




site Catraca Livre


Portal Índio Educa tem 200 artigos escritos por indígenas para ajudar professores e estudantes

reprodução
reprodução
A ONG Thydewá tem diversos projetos com o objetivo de empoderar os povos indígenas
Ainda nos primeiros anos da escola, quando as crianças têm seus contatos iniciais com a história brasileira, uma das perguntas propostas por muitos professores é "Quem descobriu o Brasil?". A esta indagação, é comum que se espere que a criançada em coro responda "Pedro Álvares Cabral".
Ao atribuir ao navegador português a descoberta do país, esta versão dos acontecimentos desconsidera as estimadas 5 milhões de pessoas que aqui viviam antes da chegada dos europeus. Para tentar minimizar este e muitos outros desrespeitos à cultura indígena, a ONG Thydêwá resolveu criar uma plataforma online para que os índios desenvolvam materiais didáticos que contem sua história e atualidade.
No site Índio Educa, é possível encontrar artigos a respeito de diferentes etnias e tribos brasileiras, todos escritos por indígenas. Os assuntos são diversos, e vão de aspectos históricos ao cotidiano. "A época do índio sem voz está terminando. Este projeto tem o objetivo de empoderar o indígena para dialogar. Trabalhamos em cima dos preconceitos que existem, como pessoas que acham que eles ainda vivem nus", conta o presidente da Thydêwá, Sebastian Gerlic.
A ideia surgiu em 2008, quando a Lei 11.645 tornou a temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena" obrigatória no currículo oficial da rede de ensino. Desde então, a ONG começou a reunir jovens indígenas interessados em produzir material de apoio a professores e alunos, e o Índio Educa foi lançado em 2011.
"Percebemos uma carência de material didático para dar subsídio a essas disciplinas. Então, chamamos indígenas que estão em universidades para formar um grupo de trabalho. Hoje o site tem 200 matérias provenientes de 10 etnias diferentes", explica Gerlic.
O conteúdo do site é todo em formato de Recurso Educacional Aberto, com licença Creative Commons. Isso significa que o material pode ser utilizado e modificado por outras pessoas, como professores que queiram montar um conteúdo didático próprio.

Dose dupla do Café Científico e dos Seminários Novos e Velhos Saberes

Atentem pois para a mudança, dia 11 de junho, amanhã, às 14h30, na sala 1 do Instituto de Biologia da Ufba. Lhes convido ao tempo em que lhes peço para disparar este anúncio de acordo com sua conveniência para outros interessados.



Dose dupla do Café Científico e dos Seminários Novos e Velhos Saberes, nos dias 11 e 12 de junho, na sala 1 do Instituto de Biologia.
Para maiores informações clique no identificador abaixo para poder ter acesso ao portal:

Dose 1

​Dose 2





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Marenba - Programa de Monitoramento, Avaliação e Reabilitação de Ecossistemas Naturais e Artificiais do Estado da Bahia
Tel.: (71) 3283-6525
Fax: (71) 3245-3126

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