O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse, nesta terça-feira
(17) que o Brasil vai tentar antecipar, de 2015 para 2014, a nova
tentativa de lançamento de um satélite da linha Cbers, projeto que o
país divide com a China.
Na semana passada, uma falha no foguete lançador impediu que o Cbers-3,
quarto satélite feito por cientistas chineses e brasileiros, entrasse em
órbita.
De acordo com o ministro, que esteve na China para acompanhar o
lançamento, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já tem
todas as peças e depende de um acordo com os chineses para fazer a
montagem do novo satélite.
O Cbers-3 foi lançado no último dia 9, mas uma falha em um dos estágios
do foguete chinês Longa Marcha 4B prejudicou o equipamento, que não
alcançou velocidade e altura suficientes para orbitar a Terra e, por
isso, retornou ao planeta e foi destruído ao entrar na atmosfera – uma
perda de R$ 160 milhões para o Brasil.
O fracasso do lançamento foi confirmado por técnicos chineses. O
equipamento foi projetado com quatro câmeras, de diferentes resoluções e
capacidade de captação, que seriam responsáveis por coletar imagens com
maior qualidade de atividades agrícolas e contribuir com o
monitoramento da Amazônia, auxiliando no combate de possíveis Desmatamentos ilegais e Queimadas – foco de projetos ligados também ao Ministério do Meio Ambiente, como o Prodes e o Deter.
Programa Espacial trabalha com novas metas
Após a falha, o adiantamento da produção do Cbers-4 e a conclusão do
foguete lançador brasileiro, o VLS, serão os carros-chefes do Programa
Espacial Brasileiro.
Segundo especialistas ouvidos pelo G1, a imagem do programa espacial
nacional não ficou manchada após o episódio. De acordo com Petrônio
Noronha de Souza, diretor da Agência Espacial Brasileira (AEB), "é um
problema a ser contornado e o programa brasileiro não se restringe
apenas ao acordo com a China".
Os projetos serão realizados com a verba repassada pelo governo à AEB. A
previsão para 2014 é de orçamento de R$ 295 milhões, valor apresentado
na Lei Orçamentária Anual que ainda segue em discussão no Congresso.
Em 2013, o montante destinado ao desenvolvimento do lançador de foguetes
e a produção e pesquisa de novos satélites no Inpe foi de R$ 345
milhões.
Comparativamente, o dinheiro destinado em 2013 à agência espacial
americana, a Nasa, principal hub aeroespacial do planeta, foi de R$ 41,2
bilhões. A agência chinesa, que vem ganhando destaque nos últimos
tempos com megaprojetos, como uma estação espacial própria, investiu
neste ano o montante de R$ 4,6 bilhões.
A Índia, outro país que luta para combater a pobreza ao mesmo tempo em
que almeja consolidar-se como potência global, investiu R$ 2 bilhões em
seu programa espacial.
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