Desde que virou mascote da Copa de 2014, o tatu-bola estampa o material
promocional da Fifa e de seus parceiros, posa ao lado de celebridades e
tem sua imagem comercializada em vários produtos. Tudo isso, porém,
trouxe poucos resultados - e, principalmente, recursos- para a
conservação da espécie, dizem ambientalistas.
Eles reclamam que a Fifa não repassa recursos para conservar a espécie,
exclusiva do Brasil e classificada como vulnerável à extinção.
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Action Press/Xinhua - Fifa/Associated Press |
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"A Fifa não repassa nada para a conservação, nem uma parcela do que eles
lucram explorando a marca do mascote Fuleco", diz Rodrigo Castro,
secretário-executivo da ONG Associação Caatinga, que trabalha para
salvar a espécie e liderou a campanha para torná-lo mascote.
"Quando o tatu-bola foi escolhido para ser mascote da Copa, em 2012,
estávamos muito otimistas. Agora, o resultado prático é que quase nada
mudou", completa.
Também há reclamações da falta de divulgação, nas aparições e nos
produtos vinculados a Fuleco, sobre as características naturais da
espécie e as ameaças a seu habitat e conservação.
O tatu-bola vive sobretudo na caatinga e tem sofrido com a destruição de
seu habitat. Nos últimos dez anos, houve um declínio de 30% na
população.
Por meio de sua assessoria, a Fifa informou que se engaja nas questões
ambientais e que admira e respeita o trabalho da ONG. Eles informaram
que um dos parceiros da entidade, a Continental Pneus, já repassa
recursos para a preservação do tatu-bola na Associação Caatinga.
Segundo o secretário da associação, esse é o único apoio recebido de um
patrocinador da Copa até o momento, e o suporte foi apenas para 2013.
"Estamos em contato para verificar a possibilidade e interesse de apoio
para 2014", completou Castro. Ele lembra que outras empresas envolvidas
com a Copa do Mundo, assim como a Fifa, não quiseram destinar recursos
para proteger o tatu-bola.
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