14 de março de 2012

Petróleo em Abrolhos, não.

Uma sombra paira sobre os Abrolhos, um imenso banco de coral que dá ao Brasil a honraria de deter, em suas águas territoriais, a mais importante zona de biodiversidade em todo o Atlântico Sul.

Abrolhos, localizado no litoral baiano, é tão relevante, inclusive para a economia pesqueira do Nordeste, que foi lá que o país criou o seu primeiro parque nacional marinho. Isso aconteceu em 1983. De lá para cá, tantas outras coisas aconteceram em Abrolhos, mas nada tão perigoso quanto o que está para acontecer: Abrolhos está muito perto de virar uma zona de exploração de petróleo.
Qualquer acidente pode ser fatal para a exuberante natureza que faz daquela área o seu habitat. Nela, vivem corais que chegam aos mais de 7 mil anos de idade e 1300 espécies, incluindo tartarugas, peixes e aves. Quarenta e cinco delas já estão ameaçadas de extinção.-------------------------------------------------------------------

Santuário ameaçado
Notícia - 12 - mar - 2012
A empresa franco-britânica Perenco deu início à exploração de petróleo na zona de maior biodiversidade do Atlântico Sul. Greenpeace manda seu recado do alto

O Greenpeace mandou uma mensagem contundente à Perenco, primeira empresa à perfurar poços de petróleo em Abrolhos (©Greenpeace / Marizilda Cruppe / EVE)
A petroleira Perenco foi surpreendida no início da noite desta segunda-feira com um contundente recado do Greenpeace: “Abrolhos sem petróleo. Fora Perenco”.
A mensagem projetada na fachada da Torre do Rio Sul, um dos mais antigos shoppings da capital fluminense, onde se localiza a sede brasileira da empresa anglo-francesa, era um protesto contra o início da exploração de óleo no maior santuário marinho do Atlântico Sul, localizado no litoral baiano.
Esta é a segunda vez que o Greenpeace protesta contra a empresa. Em agosto passado, os ativistas se fantasiaram de baleias e bateram na porta da Perenco cobrando uma resposta sobre o fim da exploração de óleo em Abrolhos. A empresa, porém, jamais se pronunciou.
Assine a petição contra a exploração de petróleo em Abrolhos

A Perenco recebeu em novembro passado autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e os Recursos Naturais Renováveis) para iniciar a perfuração de oito poços em alto mar. A operação teve inicio pela perfuração de dois poços nos blocos BM-ES-37 e BM-ES-38, ambos localizados dentro da área de moratória exigida pelo Greenpeace em Abrolhos.
No primeiro poço, a perfuração atingiu 4.894 metros e no segundo 5.100 metros. A viabilidade econômica dos dois poços ainda está em avaliação.
O licenciamento ambiental foi aprovado sem um plano de ação específico para casos de acidente. O IEA (Estudo de Impacto Ambiental) apresentado pela Perenco ao Ibama para conseguir a licença de perfuração identifica um risco alto e moderado de vazamento de óleo em uma zona de movimentação de baleias jubarte e de quelônios.
O mesmo documento mostra que 19,4% da área de reprodução de baleias, dentro da área de moratória , poderá ser impactada por um eventual vazamento durante qualquer uma das etapas da exploração dos blocos.
“A aprovação para perfuração em Abrolhos é um grande erro e vai na contramão dos avanços que se espera do governo brasileiro para a proteção de Abrolhos, esta zona de extrema importância ecológica”, disse Leandra Gonçalves, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
“A Perenco sempre ignorou nosso pedido de moratória da exploração de petróleo em Abrolhos. A mensagem de hoje, portanto, é um alerta à empresa de que continuamos atentos a suas movimentações neste santuário marinho. Também é uma maneira de mostrar à população os riscos que a indústria do petróleo e gás está levando para a zona de maior biodiversidade do mar brasileiro.”
Veja outras imagens do protesto:
NO SITE: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Santuario-ameacado/

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