Especialistas e pesquisadores se reúnem em Brasília para discutir melhorias do SAP
LETÍCIA VERDI
Em 05/08/2014, o Sistema de Alerta Precoce de Secas e
Desertificação (SAP), a ser lançado em dois meses, teve avaliação prévia
feita por especialistas em oficina promovida pelo Ministério do Meio
Ambiente (MMA) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI). Na abertura do evento, o secretário de Extrativismo e
Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Paulo Guilherme Cabral,
destacou que o SAP permitirá atuar na prevenção, no controle e na
mitigação da degradação. "Este sistema, além de avaliar e monitorar a
degradação do solo, também irá disseminar informações e orientar melhor a
definição e a implantação de políticas públicas", disse.
O SAP é
resultado de parceria entre o MMA, o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) e o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais (Cemaden), firmada em 2010. Os três organismos desenvolveram
estudos de geoprocessamento, que incluem levantamento, análise e
consolidação das informações georreferencidas sobre desertificação,
degradação da terra e aridez.
Segundo o diretor do Departamento
de Combate à Desertificação do MMA, Francisco Campello, o SAP é uma
ferramenta importante para a realização do Plano Nacional de Mudanças do
Clima. Ele destacou que o modelo agropecuário atual é o principal
responsável pela perda de nutrientes do solo. “O tipo de uso e ocupação
do solo é o que causa a degradação”, afirmou.
O HOMEM É A CAUSA
Um
dos participantes da oficina, o professor doutor da Universidade
Federal de Campina Grande, Marx Prestes Barbosa, apontou o lado humano
da desertificação: “Os desastres são sociais”, disse. De acordo com ele,
o processo de desertificação é social, político e econômico e decorre
da questão do uso das terras. “Temos uma herança da colonização. No
Nordeste, houve uma colonização exploratória. Tudo o que era produzido,
como açúcar e couro, era levado para a Europa. Havia grandes queimadas
na caatinga. Toda a vegetação no semiárido é secundária”, explicou. O
professor sugeriu que o sistema inclua a dimensão humana nas indicações
de prevenção à desertificação e que a defesa civil do Brasil seja
treinada para atura nessa área. “É o homem que está fazendo isso, a
natureza não se destrói sozinha”, finalizou.
Também participaram
da oficina representantes da Agência Nacional de Águas (ANA),
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Instituto
Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Secretaria de
Estado da Bahia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), entre outros.
FONTE: ASCOM DO MMA
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