5 de abril de 2010

Alta de temperatura do mar afeta corais

Maiza de Andrade, do A TARDE
Ambientalistas e pesquisadores estão alarmados com o branqueamento dos corais na costa da Bahia. Em apenas três meses as imagens feitas em bancos de corais como o das caramuanas, na Ilha de Itaparica e em Tassimirim, na Ilha de Boipeba mostram a mudança. O tom amarelado que é o normal das microalgas que encobrem a estrutura dos corais desaparece, dando lugar ao branco-alvo do esqueleto calcário dessas espécies marinhas.
O fenômeno é atribuído ao aumento da temperatura da água do mar. De acordo com a pesquisadora Zelinda Leão, que é uma das coordenadoras do Grupo de Pesquisa Recifes de Corais e Mudanças Globais do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, a anomalia térmica já alcança quase 1 grau centígrado. “O suficiente para ficarem brancos”, ressaltou a professora.

Nesta imagem, de dezembro de 2009, o coral de fogo ainda está encoberto por algas. Em março deste ano, o mesmo coral aparece completamente desnudo das algas
Zelinda observa que este fenômeno acontece em anos de el nino, quando a temperatura dos oceanos aumenta. Na Bahia, o fenômeno, que começa em janeiro, tem seu auge nos meses de março e abril, em ciclo de aproximadamente cinco anos. Ela conta que os corais brasileiros têm resistido ao branqueamento, diferentemente do que já ocorreu no Oceano Pacífico e no Atlântico Norte. “Até então, não houve mortalidade em massa no Brasil, felizmente”, diz.
Mas, se não mata, pode enfraquecer os corais. Desde 2005 Zelinda e sua equipe têm observado a ocorrência de doenças nos corais. “E está aumentando muito rapidamente”, observa. Os primeiros registros foram feitos em Abrolhos e mais recentemente na Baía de Todos-os-Santos. Causada por bactérias e vírus, a origem das doenças nos corais têm sido o principal objeto das pesquisas em recifes, segundo a professora.
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http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=2224735

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