Tubarões-limão voltam ao local onde nasceram para se reproduzir
Para pesquisadores, novidade fortalece o argumento de que é necessário restringir a pesca destes animais em locais específicos
O GLOBO
Os resultados, divulgados pela na BBC, mostraram que, ainda que esta espécie seja altamente migratória, as fêmeas grávidas preferiam dar à luz onde elas mesmas nasceram. Para os pesquisadores, essa conclusão fortalece o argumento de que é necessário restringir a pesca dos tubarões em alguns lugares específicos.
A ideia de retorno das fêmeas para a reprodução tem sido observada em outras espécies marinhas, como salmão e tartarugas marinhas. Neste novo trabalho, os pesquisadores analisaram os tubarões-limão por volta das Ilhas Bimini.
Como as fêmeas de tubarões-limão amadurecem devagar, os cientistas precisaram de um longo tempo para provar que elas estavam retornando pra casa para se reproduzirem.
Entre 1995 e 2012, foram implantadas redes e tags de identificação que mediram e colheram amostras genéticas de cada tubarão capturado.
Pelo menos seis fêmeas voltaram para dar a luz quando eles tinham entre 14 e 17 anos. Embora a amostra ainda seja pequena, este número representa 75% dos tubarões-limão fêmea que sobreviveram entre o grupo estudado. “A questão é que nem tantos bebês vão virar adultos. Das duas centenas de tubarões que avaliamos, apenas cerca de uma dúzia alcançou esta fase adulta. Então, o fato de termos achado seis nessas condições foi significativo”, disse Kevin Feldheim, um dos autores que lideraram a pesquisa.
URL: http://glo.bo/1e0vL5Y
Notícia publicada em 6/12/13 - 18h37
Atualizada em 6/12/13 - 18h54
Impressa em 09/12/13 - 09h41
OUTRAS INFORMAÇÕES:
Tubarão-limão - Negaprion brevirostris
Foto: Banco de Imagens Instituto Baleia Jubarte/Enrico Marcovaldi |
A espécie ocorre em águas tropicais sobre a plataforma continental e
insular, geralmente associado a ambientes recifais. Habita águas rasas
de baías, enseadas, regiões coralíneas e estuarinas, podendo penetrar em
águas de baixa salinidade. É encontrado desde a superfície até
profundidades de cerca de 120 m. Caracterizada pelo tamanho da segunda nadadeira dorsal, quase tão grande quanto a primeira, e pelo focinho curto e arredondado em vista dorsal. Apresenta coloração uniforme, variando entre cinzento e amarelado, com ventre mais claro, e os jovens possuem tons esverdeados que lhes conferem o nome de tubarão-limão. Atinge tamanho máximo em torno de 3,4 m, com machos amadurecendo com 2,2 m e fêmeas com cerca de 2,4 m; o tamanho no nascimento é de 60 a 65 cm. A reprodução se dá por viviparidade placentária, com número de embriões variando entre 4 e 17, o período de gestação entre 10 e 12 meses. Alimenta-se de peixes ósseos, mas também de crustáceos e moluscos (ROSA; GADIG, 2008). |
MACHADO et al., 2005 |
|
GRUPO | Peixes Cartilaginosos |
ESPÉCIE | Negaprion brevirostris Poey, 1868 |
NOME VULGAR | Tubarão-limão; Papa-areia |
FATORES DE AMEAÇA | Caça/Captura excessiva, perda/degradação de habitat, perturbação humana. |
BIOMA | Marinho |
PLANO DE AÇÃO | PAN Tubarões e Arraias (previsto para 2013)
PAN Manguezais (previsto para 2013) |
CENTROS DE PESQUISA | |
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO | - Rebio do Atol das Rocas¹ (RN); - Parna Marinho de Fernando de Noronha¹ (PE); - Parna Marinho dos Abrolhos¹ (BA). |
REFERÊNCIAS | - MACHADO, A. B. M; MARTINS, C. S.;
DRUMMOND, G. M. (eds). Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção:
Incluindo as Espécie Quase Ameaçadas e Deficientes em Dados. Belo
Horizonte: Fundação Biodiversitas, 2005. 160 pp.
- ¹NASCIMENTO, J.L.; CAMPOS, I.B. (orgs.). Atlas da Fauna Brasileira
Ameaçada de Extinção em Unidades de Conservação Federais. Brasília, DF:
ICMBio, 2011. 276 pp. - ROSA, R. S.; GADIG, O. B. F. Isogomphodon oxyrhynchus (Müller & Henle, 1839). In: MACHADO, A. B. M; DRUMMOND, G. M.; PAGLIA, A. P. (eds). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Volume II. 1.ed. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2008. p. 22 - 23. |
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