Arquivo/MMA
Censo concluído há dois
anos por mais de 80 países identificou 250 mil espécies marinhas.
Publicação da ONU destaca o problema da acidez, o valor das reservas e o
impacto humano.
Sophia Gebrim
A biodiversidade marinha será celebrada este ano no Dia
Internacional da Biodiversidade, comemorado na terça-feira (22/05). Como
parte dos debates sobre riqueza dos mares, áreas costeiras e cuidados
necessários para a preservação marinha, a Convenção sobre Diversidade
Biológica da Organização das Nações Unidas (ONU) lançou on line
em comemoração à data o livro "Um oceano: muitas palavras, muita vida".
A publicação destaca, ainda, o problema da acidez nos oceanos, o valor
das reservas marinhas e o impacto humano.
Os oceanos cobrem cerca de 70% da área de superfície do planeta.
"São águas que abrigam os maiores animais que já viveram na terra e
também bilhões e bilhões de animais minúsculos", destaca o coordenador
da Gerência de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros da
Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente,
Roberto Gallucci. Para ele, a biodiversidade marinha representa um
inestimável patrimônio da humanidade com diversidade de espécies maior
que a de ecossistemas terrestres.
Gallucci relata que o censo da vida marinha, realizado entre 2000 e
2010 por pesquisadores de mais de 80 países, revela números
representativos a partir do estudo da água do mar superficial e
profundamente. "Cientistas apontam que a estimativa do número de
espécies marinhas conhecidas" as espécies que foram identificadas e as
que foram documentadas, mas aguardam classificação"- tem aumentado como
resultado direto dos esforços do censo, e agora está em torno de 250
mil", disse. Para ele, esses números apontam que tivemos avanços na área
de pesquisa e conhecimento da biodiversidade, entretanto, não relevam a
totalidade da biodiversidade que permanece desconhecida para a ciência.
VIDA E ALIMENTAÇÃO
As pessoas vivem próximas ao oceano e pescam há milhares de anos.
Hoje, cerca de 40% da população mundial vivem a 100 km da costa, a pesca
produz mais de 15% da dieta de proteína animal, toxinas produzidas por
certas espécies podem auxiliar na produção de remédios contra o câncer e
outros fármacos podem valem mais de US$ 5 trilhões (R$ 10 trilhões) e
os ecossistemas costeiros produzem serviços ambientais como o turismo e a
proteção de linha de costa contra tempestades, que valem cerca de US$
26 bilhões (R$ 52 billhões).
No dia 17 de junho, está previsto ciclo de debates sobre
biodiversidade na Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20), que acontece no Rio de Janeiro, de 13 a 23 de
junho. Debates sobre biodiversidade aquática, impactos de hidrelétricas
na biodiversidade aquática e integração da conservação da biodiversidade
no planejamento hidroenergético estão programados. Além de discussões
sobre conservação de ecossistemas marinhos, monitoramento de recifes de
coral e pesca e os seus impactos.
Leia a Convenção sobre Diversidade Biológica: www.cdb.int
Confia o livro "Um Oceano: muitas palavras, muita vida":
ASCOM
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