Um entrevero envolvendo o dono de uma startup e uma caçamba de entulhos deixada na rua, embaixo de uma placa de proibido estacionar, foi o estopim para a criação do aplicativo Cidade Legal, que pretende servir como arma para fiscalizar irregularidades nas cidades – entregando todos os problemas para as respectivas prefeituras competentes.

Lançado no final de março, o aplicativo utiliza o sistema de GPS do aparelho celular e marca, na localização exata em que o usuário está, o problema denunciado. “Funciona assim: eu estou em uma rua e encontro um bueiro entupido. Eu entro no aplicativo, que reconhece o endereço, e marco o problema. Depois a gente passa tudo para a prefeitura”, explica Wilson Baraban Filho, que pretende inserir atualizações no software, como uma mensagem avisando o usuário quando o problema for solucionado. “Ele já pode denunciar o problema inserindo no local uma foto com o que está errado”, conta ele.

A ideia, lembra Baraban Filho, foi motivada por uma caçamba de entulhos deixada irregularmente em frente a casa do empresário, dificultando estacionar o carro. “O negócio estava parado embaixo de uma placa de proibido estacionar. Eu liguei para a empresa, que disse que não tinha como remover. Liguei para a CET, que falou que o problema era da prefeitura. E liguei para a prefeitura, que disse que transmitiria a reclamação para o departamento de obras. Conclusão: ninguém tirou a caçamba, que continuou por lá até o final da semana, quando foi removida cheia de entulho”, lembra.

Até então disponível apenas na Apple Store, o aplicativo vai estrear na loja da Google para celulares androids a partir deste final de semana. Com isso, Baraban Filho espera que o número de downloads do aplicativo cresça exponencialmente. “Já tivemos 2.500 downloads desde março para cá. Temos 148 cidades marcadas no Brasil e mais de 1.020 pontos denunciados. Isso nos surpreendeu”, afirma o empresário, que pretende ganhar dinheiro com o aplicativo ao vendê-lo para um patrocinador master. “A gente quer procurar uma empresa que tenha essa visão de cidadania para patrocinar o aplicativo”, afirma.

Fonte: O Estado de S. Paulo
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