26 de junho de 2012

Cetas do Ibama em Porto Seguro recebe uma jovem harpia Imprimir
Porto Seguro (22/06/2012) – O Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama em Porto Seguro/BA recebeu na última terça-feira (19/06) um jovem gavião-real, também conhecido como  gavião-de-penacho ou harpia. A ave foi resgatada pela Companhia Independente de Policiamento de Proteção Ambiental (CIPPA) no interior da fazenda Sertaneja, em Veracruz, distrito de Porto Seguro, e encaminhada ao Ibama para avaliação de sua condição física, estado de saúde e condição de soltura.


O gavião-real, que pesa cerca de sete quilos e ainda apresenta uma plumagem juvenil, foi avaliada clinicamente e acondicionada em uma área isolada do Cetas, onde permanece sendo cuidada pelos técnicos do Ibama. Após sua recuperação, a ave será transferida para a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel, onde é mantido um dos maiores viveiros de reabilitação de animais silvestres do Brasil. Esse ambiente amplo, permitirá que o animal voe em seu interior e execute manobras de perseguição, contribuindo para o desenvolvimento de sua musculatura e ampliando suas chances de sobrevivência na natureza.

Uma vez instalada neste viveiro, a evolução da ave será novamente avaliada e, sendo considerada apta para a soltura, deverá receber um rádio-transmissor e passará a integrar o plantel de harpias hoje monitoradas pelo Projeto Harpia na Mata Atlântica. Desenvolvido na região sul da Bahia com o patrocínio da Veracel Celulose S.A., este projeto é coordenado pelo INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e desenvolvido de forma integrada pelos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-INPE, Ibama, ICMBio, Centro de Pesquisa para Conservação das Aves de Rapina Neotropicais - SOS Falconiformes, Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina- ABFPAR e da Sociedade de Pesquisa do Manejo e da Reprodução da Fauna Silvestre-CRAX.

Os técnicos destas instituições e entidades utilizam sistemas de localização via satélite e via rádio para acompanhar as Harpias na natureza 24 horas por dia e assim compreender melhor a ecologia e a importância destes predadores de topo de cadeia alimentar para o equilíbrio ambiental das áreas onde eles ocorrem.

Segundo Lucas Mota, biólogo do Cetas do Ibama em Porto Seguro, a conservação e o estudo destes animais é de suma importância pois eles são predadores de topo de cadeia alimentar e, por isso, responsáveis pela manutenção do equilíbrio ecológico das áreas onde habitam. Lucas acrescenta que o desconhecimento da população quanto à importância de predadores como o gavião-real ainda é o principal entrave para sua conservação. “As harpias são como termômetros da saúde da floresta. Ver uma harpia na mata, caçando por si mesma, é um indício de a população de suas presas é variada e está presente em quantidade suficiente para manter um predador tão grande quanto ela. E isso é um indício do bom estado de conservação da floresta, o que beneficia tanto os animais quanto os seres humanos.”

“Qualquer pessoa que vir um desses animais ferido, sabe quem os mantém em cativeiro ou tem informação sobre a sua presença na natureza, poderá entrar em contato com Ibama pelo telefone (73) 3281-1526/3281-1652 e apoiar o Projeto Harpia na Mata Atlântica. A ajuda que você presta agora servirá para que, no futuro, nossos filhos ainda possam conhecer e apreciar a beleza desses animais majestosos, assim como a beleza da Mata Atlântica onde eles vivem”, finaliza Lucas Mota.

Ibama/BA
Fotos: Ibama/BA
Fotos: Ligia Ilg/Ibama/BA
 

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