21 de maio de 2010

Programa Dra. Ruth Cardoso seleciona projeto sobre feminismo Imprimir
Publicada por Assessoria de Imprensa da Capes
Sexta, 21 de Maio de 2010 14:38

Foi divulgado hoje, 21, no Diário Oficial da União, o resultado da segunda edição do Programa Dra. Ruth Cardoso, que apóia a participação de professores e pesquisadores brasileiros das áreas de ciências humanas e sociais nas atividades da Universidade de Columbia, na cidade de Nova York, EUA.

O projeto selecionado – a “Subjetividade, Política e Ética: práticas de si nos feminismos americano e brasileiro” –, de autoria da professora Luzia Margareth Rago, docente do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), dá continuidade a um trabalho que a professora desenvolve sobre o tema “feminismo e subjetividade no Brasil”, desdobrando-se para pensar os efeitos do feminismo norte-americano sobre o brasileiro.

“A pergunta maior, orientada pelos conceitos de Michel Foucault, refere-se aos novos modos de constituição da subjetividade que as feministas construíram ao longo dos últimos 40 anos de lutas, debates, reflexões, questionamentos e transgressões, no Brasil”, descreve Margareth. Ainda segundo a professora, o foco da pesquisa não é apenas as lutas feministas travadas no mundo público, as lutas por direitos civis, mas as transformações subjetivas que as feministas propuseram e têm realizado. “Acho que o feminismo trouxe muito mais do que se pensa, especialmente no Brasil, onde as mulheres se reinventaram de uma maneira maravilhosa. Decidi, então, fazer a história dessa movimentação, com suas novidades e radicalidades”, conclui a selecionada.

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Prof. Margareth Rago tem projeto selecionado no programa Dra. Ruth Cardoso (Foto: Arquivo Pessoal)

Características
O edital prevê a concessão de uma bolsa no valor de US$ 5 mil mensais, por até nove meses, além de um auxílio instalação de US$ 2 mil. O pesquisador também terá direito a um seguro saúde, passagem aérea de ida e volta e moradia no campus da Universidade de Columbia, na cidade de Nova York, EUA em apartamento de um dormitório ou equivalente com acesso às instalações e serviços da universidade.

“Acredito que o programa abre um espaço possível de interação e troca intelectual com pesquisadores, professores e alunos que poderão ajudar a ‘estranhar’ meu próprio olhar e a refletir de outras maneiras sobre meu próprio trabalho, mas também sobre os temas que serão objeto dos três cursos que vou oferecer: um sobre as imagens da sexualidade e estereótipos raciais na historiografia brasileira, outro sobre a história do anarquismo e do pós-anarquismo no Brasil, e um seminário sobre as narrativas autobiográficas das feministas brasileiras contemporâneas”, revela Margareth.

Durante a permanência na Universidade de Columbia, a professora também pretende explorar as histórias da presença do filósofo francês Michel Foucault nos Estados Unidos.

Programa
O Programa Dra. Ruth Cardoso é uma parceria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a Universidade de Columbia (UC) e a Comissão para o Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos da América e o Brasil (Fulbright).

Um dos objetivos do programa é destacar, no meio universitário e de pesquisa dos Estados Unidos, o desempenho de cientistas brasileiros que atuam em instituições do país nas áreas citadas. Desta maneira, promover um alto nível de aproximação, diálogo e aprofundamento no conhecimento mútuo das respectivas culturas e sociedades.

O Programa busca honrar a memória da professora Ruth Corrêa Leite Cardoso, antropóloga e docente da Universidade de São Paulo, que foi bolsista da Comissão Fulbright na Universidade de Columbia em 1988. Além de possuir uma atuação destacada na cena acadêmica brasileira, foi casada por 55 anos com o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso. Ruth Cardoso faleceu em junho de 2008.

Primeiro edital
A primeira edição do programa, realizada em 2009, aprovou o projeto de Lia Zanotta Machado, professora titular de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB). A candidata atua principalmente, nas áreas de gênero, violência, estudos feministas, direitos à saúde e antropologia das políticas públicas de gênero e de saúde e apresentou o projeto apresentado, Brazilian Feminist Social Movements and Feminist Studies, que recebeu nota máxima no parecer de todos os avaliadores. Confira a matéria.

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