Motivado pelas dificuldades enfrentadas pelo sistema de
vigilância e controle da dengue, no que se refere à identificação
precoce dos casos suspeitos da doença nos centros urbanos, no dia
08/11/2011, foi lançado o projeto Dengue na Web. A ideia surgiu a partir
da necessidade de se desenvolver novas estratégias capazes de
contribuir para o aprimoramento dos programas de vigilância da doença,
uma vez que o sistema atual tem característica passiva, ou seja, depende
das notificações da demanda espontânea de pacientes aos serviços de
saúde pública.
A ferramenta, que está disponível no http://www.denguenaweb.ufba.br/, tem o objetivo de coletar, via web, diretamente da população, informações acerca da ocorrência de doença febril aguda, acompanhada dos sinais e sintomas específicos de febre da Dengue. Tais dados podem contribuir para a detecção mais rápida dos locais com maior incidência de casos.
De acordo com a coordenadora do projeto, Maria da Glória Teixeira, a iniciativa partiu de professores do grupo de pesquisa em doenças transmissíveis e deficiências nutricionais, do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia, que elaboraram e submeteram o projeto ao Ministério da Saúde que, por sua vez, aprovou a ideia e concedeu recursos financeiros para sua consecução.
A equipe de trabalho é composta por pesquisadores do ISC e do Instituto de Física da UFBA, uma técnica da Secretaria Municipal de Saúde, um profissional da área de epidemiologia com expertise no campo de Tecnologia de Informática, além de estudantes e estagiários da área da saúde e informática. A verba é do Fundo Nacional de Saúde, os recursos são administrados pela FAPEX e o projeto conta com o apoio do Ministério da Saúde e das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde.
Além da criação de um website interativo para coletar e analisar, em “tempo real” (inquéritos “on line”), dados referentes à ocorrência de sintomas da Dengue, entre os objetivos do projeto estão o desenvolvimento de um sistema de vigilância epidemiológica de base comunitária, capaz de desencadear sinal de alerta para autoridades e serviços de saúde implantarem Planos de Contigência em tempo hábil; a disseminação de informações sobre a doença para a população geral, especialmente, quanto aos cuidados com o meio ambiente e às iniciativas a serem adotadas na vigência de quadro clínico suspeito; a verificação da pertinência do uso deste modelo para outras doenças transmissíveis e a fundamentação do desenvolvimento de modelos matemáticos que possam auxiliar na previsão de novas epidemias assim como no planejamento das estratégias do controle vetorial.
Conforme afirmou a professora Glória Teixeira, inicialmente, foi incluída no site somente a malha urbana de Salvador. “Contudo, a proposta é expandir para outros municípios interessados, inclusive para outros Estados já contatados, a exemplo de Sergipe e Ceará. O projeto visa alcançar a população como um todo, uma vez que a dengue acomete indivíduos de todas as camadas sociais, residentes em todas as cidades do país”, complementou.
O site possui características interativas que permitem receber informações de usuários sobre sinais e sintomas de Dengue, os quais já estão pré-definidos em questionário a ser preenchido on-line. O primeiro passo a ser dado é acessar http://www.denguenaweb.ufba.br/ e efetuar o cadastro. A partir de então, o internauta receberá semanalmente uma newsletter, por e-mail, ocasião em que será sempre lembrado da necessidade de responder ao questionário sobre a existência ou não de sintomas que possam ser indicativos da doença.
O questionário está planejado para que o seu preenchimento seja rápido. Estima-se que o tempo de preenchimento seja de 60 segundos para as situações de ocorrência de sinais e sintomas; e de 10 segundos para os casos de ausência de indícios da doença.
As informações fornecidas pelos usuários são validadas e, “em tempo real”, os casos suspeitos de dengue aparecem plotados em um mapa disponível para visualização no próprio site. Estes dados permitem analisar cientificamente e, de forma prática, as curvas de tendência temporal e a distribuição espacial da Dengue.
Outra funcionalidade da ferramenta diz respeito às orientações sobre como proceder nas situações de suspeita da doença e como manter o ambiente doméstico e das vizinhanças livres do mosquito transmissor. O projeto, que está no seu segundo ano de funcionamento, vem sendo aperfeiçoado com o intuito de tornar o site mais interativo e amigável para os usuários.
Por se tratar de uma iniciativa relativamente nova, é imprescindível investir esforços na divulgação. Para que a população adira a este sistema, o projeto conta com a participação de profissionais da área de comunicação em saúde e de profissionais de mídia. A ideia é divulgar o site, oferecendo explicações sobre o projeto, de forma simples e clara, buscando obter credibilidade, aceitação e fidelização dos usuários. Nessa estratégia, são utilizados diferentes veículos, como televisão, rádio, imprensa escrita e a própria internet.
“Temos trabalhado, principalmente, com os adolescentes, pois acreditamos que este público é um potencial difusor de inovações e tem grande influência sobre os adultos que os cercam. Além do trabalho de divulgação, é necessário o monitoramento diário do site, a análise dos dados coletados, o acompanhamento das postagens nas redes sociais, como o facebook e twiter, a produção de newsletter e o envio de e-mails semanais a todos os cadastrados”, relatou a professora.
Apesar de ainda ser necessária uma maior adesão da população, já foram validados alguns resultados da ferramenta. Segundo a coordenação do projeto, os dados apresentados pelo Dengue na Web foram certificados e estão de acordo com os relatados, posteriormente, pelo Sistema Oficial de Notificação (SINAN).
Nesse sentido, o site tornou-se uma referência no que diz respeito à utilização da internet como um recurso cotidiano na vigilância epidemiológica de muitas outras doenças e agravos. A expectativa, agora, é oferecer ao SUS a possibilidade de apropriação dessa nova e moderna estratégia, cientificamente testada e validada, de forma a ampliar a capacidade de predição de diversas epidemias, como é o caso da Dengue.
Jornalista responsável: Tiara Rubim / DRT: 3348 – BA
FONTE: FAPEX
A ferramenta, que está disponível no http://www.denguenaweb.ufba.br/, tem o objetivo de coletar, via web, diretamente da população, informações acerca da ocorrência de doença febril aguda, acompanhada dos sinais e sintomas específicos de febre da Dengue. Tais dados podem contribuir para a detecção mais rápida dos locais com maior incidência de casos.
De acordo com a coordenadora do projeto, Maria da Glória Teixeira, a iniciativa partiu de professores do grupo de pesquisa em doenças transmissíveis e deficiências nutricionais, do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia, que elaboraram e submeteram o projeto ao Ministério da Saúde que, por sua vez, aprovou a ideia e concedeu recursos financeiros para sua consecução.
A equipe de trabalho é composta por pesquisadores do ISC e do Instituto de Física da UFBA, uma técnica da Secretaria Municipal de Saúde, um profissional da área de epidemiologia com expertise no campo de Tecnologia de Informática, além de estudantes e estagiários da área da saúde e informática. A verba é do Fundo Nacional de Saúde, os recursos são administrados pela FAPEX e o projeto conta com o apoio do Ministério da Saúde e das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde.
Além da criação de um website interativo para coletar e analisar, em “tempo real” (inquéritos “on line”), dados referentes à ocorrência de sintomas da Dengue, entre os objetivos do projeto estão o desenvolvimento de um sistema de vigilância epidemiológica de base comunitária, capaz de desencadear sinal de alerta para autoridades e serviços de saúde implantarem Planos de Contigência em tempo hábil; a disseminação de informações sobre a doença para a população geral, especialmente, quanto aos cuidados com o meio ambiente e às iniciativas a serem adotadas na vigência de quadro clínico suspeito; a verificação da pertinência do uso deste modelo para outras doenças transmissíveis e a fundamentação do desenvolvimento de modelos matemáticos que possam auxiliar na previsão de novas epidemias assim como no planejamento das estratégias do controle vetorial.
Conforme afirmou a professora Glória Teixeira, inicialmente, foi incluída no site somente a malha urbana de Salvador. “Contudo, a proposta é expandir para outros municípios interessados, inclusive para outros Estados já contatados, a exemplo de Sergipe e Ceará. O projeto visa alcançar a população como um todo, uma vez que a dengue acomete indivíduos de todas as camadas sociais, residentes em todas as cidades do país”, complementou.
Funcionamento do sistema
O site possui características interativas que permitem receber informações de usuários sobre sinais e sintomas de Dengue, os quais já estão pré-definidos em questionário a ser preenchido on-line. O primeiro passo a ser dado é acessar http://www.denguenaweb.ufba.br/ e efetuar o cadastro. A partir de então, o internauta receberá semanalmente uma newsletter, por e-mail, ocasião em que será sempre lembrado da necessidade de responder ao questionário sobre a existência ou não de sintomas que possam ser indicativos da doença.
O questionário está planejado para que o seu preenchimento seja rápido. Estima-se que o tempo de preenchimento seja de 60 segundos para as situações de ocorrência de sinais e sintomas; e de 10 segundos para os casos de ausência de indícios da doença.
As informações fornecidas pelos usuários são validadas e, “em tempo real”, os casos suspeitos de dengue aparecem plotados em um mapa disponível para visualização no próprio site. Estes dados permitem analisar cientificamente e, de forma prática, as curvas de tendência temporal e a distribuição espacial da Dengue.
Outra funcionalidade da ferramenta diz respeito às orientações sobre como proceder nas situações de suspeita da doença e como manter o ambiente doméstico e das vizinhanças livres do mosquito transmissor. O projeto, que está no seu segundo ano de funcionamento, vem sendo aperfeiçoado com o intuito de tornar o site mais interativo e amigável para os usuários.
Por se tratar de uma iniciativa relativamente nova, é imprescindível investir esforços na divulgação. Para que a população adira a este sistema, o projeto conta com a participação de profissionais da área de comunicação em saúde e de profissionais de mídia. A ideia é divulgar o site, oferecendo explicações sobre o projeto, de forma simples e clara, buscando obter credibilidade, aceitação e fidelização dos usuários. Nessa estratégia, são utilizados diferentes veículos, como televisão, rádio, imprensa escrita e a própria internet.
“Temos trabalhado, principalmente, com os adolescentes, pois acreditamos que este público é um potencial difusor de inovações e tem grande influência sobre os adultos que os cercam. Além do trabalho de divulgação, é necessário o monitoramento diário do site, a análise dos dados coletados, o acompanhamento das postagens nas redes sociais, como o facebook e twiter, a produção de newsletter e o envio de e-mails semanais a todos os cadastrados”, relatou a professora.
Validação da ferramenta
Apesar de ainda ser necessária uma maior adesão da população, já foram validados alguns resultados da ferramenta. Segundo a coordenação do projeto, os dados apresentados pelo Dengue na Web foram certificados e estão de acordo com os relatados, posteriormente, pelo Sistema Oficial de Notificação (SINAN).
Nesse sentido, o site tornou-se uma referência no que diz respeito à utilização da internet como um recurso cotidiano na vigilância epidemiológica de muitas outras doenças e agravos. A expectativa, agora, é oferecer ao SUS a possibilidade de apropriação dessa nova e moderna estratégia, cientificamente testada e validada, de forma a ampliar a capacidade de predição de diversas epidemias, como é o caso da Dengue.
Jornalista responsável: Tiara Rubim / DRT: 3348 – BA
FONTE: FAPEX
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