28 de julho de 2014

60% das árvores em Salvador estão atacadas por algum tipo de praga

por
Kelly Cerqueira
TRIBUNA DA BAHIA
http://www.tribunadabahia.com.br/2014/07/28/60-das-arvores-em-salvador-estao-atacadas-por-algum-tipo-de-praga
 
 
A erva de passarinho é a que mais ocorre nas árvores da cidade
A erva de passarinho é a que mais ocorre nas árvores da cidade
 
Uma das pragas mais comuns nas árvores que compõem o paisagismo de Salvador, a erva de passarinho é responsável por boa parte das causas de erradicação das espécies urbanísticas da cidade. Quando toma grandes proporções no vegetal, a praga causa uma série de problemas, ocasionando até a sua derrubada.
De acordo com o diretor Executivo de Manutenção e Conservação da Superintendência de Conservação das Obras Públicas, Luciano Sandes, neste inverno cerca de 15 árvores já tombaram, a maioria devido a problemas na estrutura. A estimativa do órgão é que este número cresça em agosto, mês que mais apresenta ventos mais fortes durante o ano.
“Cerca de 60% das árvores de Salvador estão contaminadas com a erva de passarinho, uma praga que se prolifera rápido e que, se não for combatida a tempo, suga todos os nutrientes do vegetal deixando ele fraco e aberto a receber outros parasitas”, explica Luciano.
Segundo ele, nem sempre as unidades atacadas devem ser exterminadas. Às vezes, a poda na área específica de atuação da praga já é o bastante para recuperar o vegetal. No entanto há casos onde a única alternativa é a retirada da árvore, como medida preventiva de acidentes ou danos ao patrimônio público e privado. Antes de qualquer ação, o vegetal é analisado por um engenheiro agrônomo da Sucop.
Além da erradicação por medida preventiva, o órgão municipal também trabalha com a poda das árvores em casos de adequação do vegetal ao espaço urbano, quando a unidade é vetor de animais como abelhas e apresenta risco de queda por outros motivos.
“A ação depende do motivo. Tem árvores que atrapalham a iluminação pública e, portanto, devem ser reparadas, existem espécies que apresentam raízes muito grandes que invadem o sistema de drenagem da água e de esgoto, quebrando tubulações. Nestes casos a erradicação é indicada por causar prejuízos ao patrimônio público”, explica.

Amendoeira
Uma das espécies mais problemáticas e também uma das mais comuns de serem encontradas no paisagismo de Salvador é a amendoeira. Trazida de outros países, a árvore frutífera proporciona longas sombras, no entanto também gera alguns transtornos em áreas públicas e movimentadas, como explica a professora do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, Ana Aparecida.
“Quando ela cresce, as longas folhas caem e entopem esgotos e bueiros, sem contar que o fruto comestível atrai morcegos. Além disso, possui frutos duros que podem machucar pedestres ou proporcionar danos a automóveis, telhados”, afirma a especialista. Outro problema citado por ela refere-se à raiz do vegetal, que muitas vezes destrói calçadas.
Em substituição das amendoeiras, Ana sugere espécies nativas como o Jacarandá da Bahia, o Pau Brasil, o Ipê, o Oiti ou outras espécies frutíferas que apresentem frutos pequenos. “A escolha da espécie vai depender do local a ser plantado e do espaço urbano disponível”, salientou.
Podas por fazer
Raízes expostas, tronco torto, presença de plantas e animais parasitas e galhos secos são alguns sinais de que a árvore está perdendo a vida. Para evitar estes problemas que acabam resultando na sua erradicação, a professora de biologia indica a manutenção frequente destes vegetais.
A ausência desta ação durante muito tempo é um dos motivos apresentados por Luciano para as frequentes quedas destes vegetais e o grande número de podas realizado nos últimos dois anos.
“Nós estamos correndo atrás do prejuízo. Há muito tempo as árvores de Salvador não passavam por manutenção preventiva e por isto estamos tendo que fazer ações corretivas”, continuou, lembrando que ainda há três mil podas por fazer, no calendário do órgão.
Também esclarece que a reposição das arvores derrubadas não acontece obrigatoriamente no mesmo local. “Tem árvores que são muito antigas, ocupam calçadas, atrapalham os pedestres”, continua.
O trabalho de reposição é realizado pela Secretaria da Cidade Sustentável, órgão que possui metas a serem alcançadas em relação ao plantio de mudas em Salvador, independente da erradicação ou não das unidades na cidade. Segundo Luciano, a meta atual é atingir a marca de 30 mil mudas por ano

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