27 de junho de 2010

Ufba: coleção de animais peçonhentos vira referência

Cláudio Bandeira l A TARDE


Rejane Lira coordena o Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos (Noap)

O veneno da cobra mata, mas também cura. As toxinas de animais peçonhentos atuam como assassinas profissionais, mas podem ser transformadas em drogas que salvam vidas. Em todo o mundo, pesquisadores estudam os venenos produzidos por esses animais, que hoje servem de fonte para mais de uma dúzia de medicamentos, incluindo drogas que tratam da pressão arterial, ataques cardíacos, diabetes, dor crônica e até o câncer.

Instalado no prédio do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, no Campus de Ondina, o Museu de Zoologia abriga inúmeras espécies de animais, muitos deles venenosos, acondicionadas em estantes deslizantes, instaladas em um salão com temperatura controlada, e dá suporte a pesquisadores de todo o País. Em outra sala está a coleção de cobras vivas que também funciona como um museu.

A professora Rejane Lira, do Instituto de Biologia da Ufba e coordenadora do Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos (Noap), explica que o núcleo é referência para o Ministério da Saúde no conhecimento sobre esses bichos. “Nossa linha de pesquisa está centrada na distribuição geográfica dos animais, no estudo do veneno, da epidemiologia e clínico do acidente, especificamente de serpentes, aranhas e escorpiões”.

O núcleo da Ufba mantém ainda parceria com os centros de informações antiveneno, a exemplo do Ciave, que funciona no Hospital Roberto Santos. Após o incêndio que destruiu o acervo do Instituto Butantan, em São Paulo, o museu baiano passou a abrigar a maior coleção de aranhas e escorpiões do País.

Uma das preocupações do Noap é a segurança na guarda das coleções no Museu de Zoologia, formadas a partir do trabalho da professora Tânia Brasil, filha do cientista Vital Brasil, a partir de 1980. “Nossa coleção já passou de 100 mil há algum tempo”, explica o professor da Ufba e coordenador do Museu de Zoologia, Marcelo Nápoli.

Pesquisas - Há muitos desafios a serem superados pelos pesquisadores do Noap. Entre os quais o de atingir a meta de explorar inteiramente o território baiano, em especial o oeste, em busca de novas espécies, o que ainda não foi feito por falta de recursos.

“E necessário organizar expedições científicas, e elas são caras. Em uma delas, descobrimos uma espécie nova de escorpião, o Tityus aba”, revela Rejane Lira.

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http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=4712423

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