Campus III (Juazeiro) da UNEB implanta laboratório de colméias de abelhas sem ferrão (meliponário) - Equipamento já conta com quatro espécies do inseto - Ação atende ao curso de Engenharia Agronômica e produtores locais - Leia REPORTAGEM
O Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) do Campus III da UNEB, em Juazeiro, está implantando na unidade um laboratório de colméias de abelhas sem ferrão (meliponário).
De acordo com o diretor do departamento, José Humberto de Souza, o equipamento vai proporcionar alternativas didáticas e pedagógicas às disciplinas de Zoologia, Zootecnia, Genética, Entomologia e Apicultura, do curso de Engenharia Agronômica.
“Através da meliponicultura - termo utilizado para a criação racional de abelhas indígenas (nativas) -, estudantes, professores, criadores pesquisadores da área poderão conhecer na prática a produção de mel, própolis e pólen”, pontuou o diretor.
De acordo com José Humberto, nas aulas práticas serão ensinadas técnicas de criação, manejo, manutenção, construção e transferência dos ninhos e extração de produtos das colméias.
"Enfim, vamos transmitir para o discente e interessados todo o conhecimento básico sobre a criação dessas abelhas", destaca o diretor.
Espécies na Bahia
José Humberto explicou que esse projeto teve início no segundo semestre de 2009, e foi idealizado pelo discente Márcio Oliveira, que está concluindo o curso, como resultado de estágio curricular.
De acordo com Márcio, atualmente são conhecidas cerca de 400 espécies de abelhas sem ferrão, sendo que 70% delas estão concentradas nas Américas.
No Brasil, em cada região existem espécies próprias e adaptadas para cada tipo de vegetação. “O Nordeste oferece condições ecológicas perfeitas para a criação de meliponídeos (abelhas do gênero melípona)”, exemplificou o estudante.
“O fator mais limitante para a criação dessas abelhas no Nordeste é o controle térmico em seus ninhos, condição essencial para o bom desenvolvimento das crias”, frisou José Humberto.
Na Bahia, existem atualmente cerca de 14 espécies de abelhas sem ferrão: abelha limão, arapuá, bunda de vaca, cupira, iraí, jandaíra, jataí, mandaçaia, mandaçaia da caatinga, moça branca, munduri, taraíra, tubi, uruçú amarela e urucu verdadeiro.
O laboratório do campus já conta com as espécies munduri, mandaçaia, cupira e moça branca.
“As abelhas nativas são parte integrante dos nossos ecossistemas, contribuindo para a preservação da maioria das espécies vegetais, além de serem polinizadoras eficientes. Criar essas abelhas, além de ser uma atividade rentável, significa também contribuir para a preservação desses insetos”, defendeu Márcio.
Curso de capacitação
Nos dias 14 e 16 de janeiro, o DTCS realizou o primeiro Curso de Capacitação em Meliponicultura.
Coordenado por Márcio e ministrado pelo engenheiro agrônomo Rogério Alves, o curso tinha como objetivo ampliar o conceito acerca dos meliponídeos, ocorrentes no Semiárido.
“O curso buscou ampliar o conhecimento, especialmente, sobre o manejo desses insetos, visando técnicas que viabilizem a criação dessas abelhas, para um melhor aproveitamento de seus produtos”, explicou Márcio.
De acordo com o diretor do departamento, a primeira turma do curso contou com 32 participantes, entre criadores do inseto, técnicos e estudantes.
“Diante da grande procura, já estamos programando a realização de uma segunda turma ainda este ano”, adiantou José Humberto.
[Texto: Ascom/UNEB. Imagem: Divulgação] cs/ma
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