Um estudo realizado nos Estados Unidos estima que os oceanos absorveram um recorde de 2,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono resultantes da queima de combustíveis fósseis em 2008. Com o aumento na quantidade total de emissões, entretanto, a proporção absorvida pelos oceanos desde 2000 caiu em cerca de 10%. Liderado por Samar Khatiwala, da Universidade Columbia, a pesquisa foi publicada na edição desta quinta-feira (19) do periódico científico Nature. Os oceanos têm um papel fundamental na regulagem climática, retendo cerca de um quarto de todo o dióxido de carbono lançado pela ação humana.
Agora, segundo o estudo de Khatiwala, os oceanos chegaram ao limite, tanto físico como químico, de sua capacidade de absorver o dióxido de carbono. Modelos climáticos desenvolvidos anteriormente já haviam previsto essa diminuição, e esta nova pesquisa quantifica a queda. “Quanto mais dióxido de carbono, mais ácido fica o oceano, reduzindo a capacidade de manter o CO2”, disse Khatiwala. “Por causa dessa consequência, com o tempo o oceano se torna um repositório menos eficiente. A surpresa é que podemos estar diante das primeiras evidências disso.”
Segundo o estudo, o acúmulo de carbono industrial nos oceanos aumentou enormemente na década de 1950, à medida que os oceanos passaram a tentar acompanhar o ritmo acelerado das emissões em todo o mundo. As emissões continuaram a crescer e, no ano 2000, atingiram tal volume que os oceanos passaram a absorver menos CO2 proporcionalmente, ainda que o total em peso tenha continuado a aumentar. Os oceanos mantêm cerca de 150 bilhões de toneladas de carbono industrial, um terço a mais do que em meados da década de 1990.
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