25 de março de 2013

I Simpósio Brasileiro de Entomologia Cultural

O evento será realizado na Uefs, de 6 a 8 de maio de 2013.
Os insetos são o grupo animal numericamente dominante sobre a face da Terra, constituindo 4/5 do reino animal, sendo encontrados em quase todos os ambientes existente no planeta. Aproximadamente um milhão de espécies vivas de insetos já foi descrito pela ciência.
Essa grande diversidade de insetos é percebida, classificada, conhecida e utilizada de diferentes maneiras por diferentes sociedades humanas.
Os insetos desempenham funções ecológicas importantes na estruturação e manutenção dos ecossistemas, tais como: ciclagem de nutrientes – insetos necrófagos consomem plantas e animais mortos mantendo a Terra limpa, enriquecendo o solo e liberando os nutrientes que contribuem para o crescimento das plantas; polinização das plantas com flores – cerca de 30% do alimento que ingerimos depende da polinização feita pelas abelhas; dispersão de sementes; manutenção da estrutura e fertilidade do solo; controle das populações de organismos – as espécies predadoras, parasitoides e parasitas são importantes para controlar o número de outros insetos; fonte direta de alimento para inúmeras espécies animais; controle biológico de plantas nocivas. Além disso, esses organismos exerceram e continuam a exercer uma influência significativa nos sistemas culturais de diferentes sociedades humanas, tanto passadas quanto atuais.
Há várias explicações para a importância dos insetos na cultura humana. Seu significado frequentemente repousa em seu valor simbólico. Esses significados são, às vezes, contraditórios dependendo da sociedade em que aparecem (p. ex., grilos na casa podem significar tanto boa sorte quanto má sorte resultando em morte). O próprio inseto ou seus produtos podem também fornecer um modelo (arte decorativa), uma ferramenta (guerra biológica), uma invenção (brinquedo) e diversão (filmes e documentários retratando esses animais).
A entomologia cultural como atividade lúdico-acadêmica é relativamente recente. O termo foi cunhado pelo entomólogo Charles L. Hogue na década de 1980 para se referir à influência dos insetos (e demais artrópodes) na literatura, linguagem, música, belas artes, história interpretativa, religião e recreação. Como salientado por Hogue, a entomologia cultural investiga qualquer tema relacionado com artrópodes e não apenas com insetos como o termo sugere.
O I Simpósio Brasileiro de Entomologia Cultural (I SBEC) consta de conferência magistral, mesas-redondas, palestras, oficinas e apresentação de resultados de pesquisa, com a participação de renomados pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação do país e do exterior.
Este simpósio e os trabalhos que nele serão apresentados são apenas uma pequena mostra da riqueza cultural que se vislumbra no patrimônio cultural material e imaterial das múltiplas interações que o ser humano estabelece com os artrópodes, colocando de manifesto a necessidade de revalorizar a importância dos artrópodes no contexto social e de suas manifestações culturais. Além disso, estudos de entomologia cultural podem resultar em implicações e aplicações de conservação e uso sustentável dos invertebrados, bem como a manutenção das culturas a eles associadas.


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