30 de janeiro de 2012

Promotor fala sobre o fechamento do IBAMA e Máfia do Carvão

Promotor fala sobre o fechamento do IBAMA e Máfia do Carvão
Por: Portal do Extremo Sul/Joelma Queiroz
Em entrevista concedida ao Portal do Extremo Sul, o Dr. Fábio Fernandes Corrêa, promotor de justiça regional ambiental de Teixeira de Freitas, fala sobre o fechamento da Unidade Regional do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) na cidade.
O escritório do IBAMA foi fechado em Teixeira de Freitas e transferido para Eunápolis semana passada, o que ocasionará grande dificuldade em qualquer fiscalização nesse órgão, já que tendo somente a gerência do IBAMA em Eunápolis, qualquer fiscalização na nossa região será dificultada.
O promotor Fábio ressalta que “vale lembrar que o IBAMA teve um esvaziamento de suas atribuições ao longo dos anos, então foi criado o instituto Chico Mendes, que cuida de unidades de conservação, criado o Serviço Florestal Brasileiro, que cuida basicamente do reflorestamento, dessa forma o IBAMA teve uma limitação de suas atribuições”.
Segundo o Dr. Fábio, o superintendente do IBAMA na Bahia, Célio Pinto, explicou que houve uma reformulação da política perante o Ministério do Meio Ambiente para o fechamento de determinados escritórios, no entanto a gerente do escritório de Eunápolis, Cleide Guirro, informou que as demandas da região serão devidamente atendidas por eles.
Os serviços prestados pelo escritório do IBAMA em Teixeira e região, como a preservação ambiental, e fiscalização dos recursos naturais existentes, será bem mais difícil agora, mesmo porque ainda existe a problemática do carvão ilegal. “Nós esperamos que possamos acordar uma logística com a gerência executiva de Eunápolis para o atendimento das demandas na região” declarou o promotor.
Perguntado sobre o esquema da “Máfia do Carvão” que foi desencadeado pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) há pouco tempo, Fábio nos declarou que ainda existem alguns mandados de prisões em aberto e assim que os envolvidos forem encontrados serão presos. E que a próxima ação é o desenvolvimento de projetos sociais nas comunidades que tenham sua base na renda do carvão ilegal, “já foram oferecidos três projetos sociais com capacitação, serão beneficiados para geração de renda e manutenção dessas famílias durante essa capacitação mais de 150 famílias” informou ele.
Segundo informações, famílias que viviam do carvão estão passando fome, perguntamos ao Dr. Fábio quando esse trabalho estará sendo feito, ele nos respondeu:
“É importante que todos entendam que o objetivo da operação foi atacar as grandes baterias de fornos, isso não significa que pessoas que vivem nas comunidades que elas não foram afetadas. O que acontece é que nós tínhamos grandes atravessadores que na verdade exploravam o trabalho dessas pessoas na comunidade, forçavam-as há um trabalho sub-humano de carvoejamento e então pagavam ínfimas quantias e obtinham todo o lucro dessa atividade ilícita. Na região do picadão da Bahia, como eu disse já há mais de 150 pessoas cadastradas e em início de capacitação para três projetos sociais”.
Finalizando, o promotor afirmou que: “em outras regiões foi feita uma ação emergencial de entrega de cestas básicas pelas empresas de celulose, mas que isso não significa um assistencialismo puro e sim é o início de um relacionamento para a capacitação dessas pessoas para outras atividades lícitas”.
De acordo com o que foi informado, serão três projetos sociais, agricultura comunitária, piscicultura e apicultura, destinadas as famílias com dificuldades financeiras, por meio das prefeituras locais, da Secretária de Assistência Social, das empresas de celulose que tem sua responsabilidade com as mesmas.

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