9 de fevereiro de 2010

Ingá prevê chuvas abaixo da média nos próximos três meses

Os meses de fevereiro, março e abril deverão ser de chuvas abaixo da média histórica em toda a Bahia. O prognóstico, divulgado pelo Centro Estadual de Meteorologia do Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), indica que, nos próximos meses, o fenômeno El Niño deve continuar influenciando as condições climáticas no estado.

O meteorologista do Ingá, Heráclio Alves, explica que o El Niño interfere no clima em várias partes do planeta e a tendência é de que ele influencie o Brasil pelo menos até abril. “Eventos de El Niño estão normalmente associados à diminuição no índice de chuvas no norte do Nordeste, e um incremento de chuvas no Sudeste do país”, pontua.

A tendência da previsão em torno da normalidade não implica em uma distribuição uniformemente favorável das chuvas. “Não é descartada a possibilidade de ocorrência de eventos de chuvas mais intensas em áreas isoladas e de ocorrência de veranicos – oito ou mais dias consecutivos sem chuvas -, por isso, recomenda-se o acompanhamento das previsões diárias de tempo, análise e tendências climáticas semanais”, completou o meteorologista do Ingá.

Além do El Niño, outro fenômeno que influencia a ocorrência de chuvas na Bahia nos próximos três meses é a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) do Oceano Atlântico.

De acordo com o Centro Estadual de Meteorologia do Ingá, o padrão de irregularidade do fenômeno observado durante o mês de dezembro do ano passado está associado à maior probabilidade de precipitação abaixo da média histórica na região Norte e no norte do Nordeste brasileiro.

Volumes – Heráclio destaca que, no próximo trimestre, encerra-se o primeiro período chuvoso do estado. “Nesta época, os maiores volumes pluviométricos são registrados nas regiões oeste, São Francisco, Chapada Diamantina, sudoeste e sul”. Já o segundo período chuvoso, que se inicia em março, as chuvas mais significativas acontecem nas regiões norte, nordeste e parte das regiões da Chapada Diamantina e Recôncavo, incluindo Salvador e Região Metropolitana.

Nos meses de fevereiro e março, os maiores volumes de precipitação ainda são registrados nas regiões oeste, São Francisco, Recôncavo e sul, com valores acumulados que variam entre 200 e 400 mm. Os menores volumes, com valores que não superam 150 mm, foram registrados nas regiões norte e nordeste.

No trimestre em que a previsão da precipitação em grande parte do Nordeste brasileiro indica 80% de probabilidade de chuvas em torno e abaixo do normal, o meteorologista do Ingá prevê que pode haver grande variabilidade espacial e temporal dos totais pluviométricos devido a fatores locais, como efeitos topográficos, proximidade em relação ao oceano, cobertura vegetal, entre outros fatores.

Os valores das precipitações previstas para esse trimestre em toda a Bahia correspondem a índices iguais ou menores do que os valores médios históricos que variam entre 195 e 623 milímetros no Recôncavo, incluindo Salvador e Região Metropolitana, 299 e 402,4 milímetros no oeste, 209 e 437,6 milímetros no São Francisco, 156 e 342,3 milímetros no norte, 147 e 461,9 milímetros na Chapada Diamantina, 153 e 344,2 milímetros no sudoeste, 239 e 602,2 milímetros no sul e 156 e 446,6 milímetros no nordeste.

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