Praia do Forte é um dos mais badalados balneários do País e se diferencia dos demais, pois nesse paraíso protege-se o meio ambiente, cultiva-se a biodiversidade e a educação ambiental. Mas esse paraíso é frágil e está ameaçado por uma obra absurda que vai aumentar a insegurança na região, reduzir os números de turistas e depreciar o valor de casas e terrenos.
Trata-se da construção de um monumental hipermercado e de um posto de gasolina na entrada da localidade, um entroncamento de muito movimento. O equipamento vai trazer sérios prejuízos para a localidade, cuja base é o turismo e o charme é o sossego.
Um hipermercado de grande porte vai infernizar o trânsito na região, vai tornar-se ponto de parada de viajantes e camelôs, vai receber caminhões de carga de grande porte e juntará lixo em grande quantidade criando, assim, um ambiente que nada tem a ver com a bucólica vila de Praia do Forte.serão os pequenos comerciantes incapazes de competir com este superempreendimento, mas nativos, veranistas e turistas serão prejudicados em maior ou menor monta.
Nunca é demais lembrar que a decadência da ilha de Itaparica começou com a construção de um hipermercado nas imediações de Bom Despacho, mercado esse que passou a ser ponto de todo o tipo de bicos e negócios, que atraíram marginais e desocupados e que hoje possui em seu entorno uma enorme favela.
Esse cenário não pode se repetir em Praia do Forte, uma localidade voltada para a proteção do meio ambiente, que abriga o Projeto Tamar e não pode jamais sediar um supermonstrengo comercial. O prefeito de Mata de São João, João Gualberto, onde se localiza o distrito de Praia do Forte, vinha até aqui fazendo uma administração profícua e se credenciando para ocupar novos cargos no mundo político baiano.
Esta coluna não sabe as razões que levaram o prefeito a desviar desse caminho e conceder alvará a tal empreendimento, tampouco quer saber quem será o grupo privado que se beneficiará dele, mas espera que o bom senso do prefeito João Gualberto prevaleça e a obra, que vem sendo executada de forma acelerada para tornar-se um fato consumado, seja suspensa ou transferida para outra área.
Espera-se também que o Ministério Público, tão ágil em paralisar obras públicas, embargue imediatamente esse elefante-branco e sujo, que só trará prejuízos para o turismo baiano e para o povo de Praia do Forte.
Os números do PIB - Entre janeiro e setembro desse ano, o PIB brasileiro caiu 1,7%. No 3º trimestre, quando todos esperavam que a economia estivesse a pleno vapor, o crescimento foi de apenas 1,3%. Apesar desses números pífios, o mercado de negócios parece aquecido como se estivéssemos crescendo a 5% ao ano. Qual a explicação? Em primeiro lugar, vale lembrar que o PIB é um retrato do passado e, embora possa definir uma tendência, não diz o que vem por aí. Com relação ao futuro, o número bom é o investimento que, aliás, cresceu 6,5% no 3º trimestre, indicando que as empresas estão investindo, confiantes no aumento da demanda.
O baixo crescimento verificado no último trimestre, por seu turno, foi influenciado pela desova dos estoques, cuja variável de cálculo no PIB é de difícil aferição. Resumindo: no último trimestre deste ano, o crescimento do PIB vai dar um salto, mas não será suficiente para o País apresentar crescimento positivo. O PIB de 2009 vai ser negativo ou estável, mas 2010 vai ser um ano de fartura e crescimento econômico.
A Bahia e os portos - A Bahia ainda patina na questão portuária. É verdade que novos investimentos estão sendo feitos, mas são nitidamente insuficientes. A Codeba, por exemplo, alocou recursos para fazer a dragagem do Porto de Aratu, mas apenas para o canal e a área de evolução.
O berço não foi contemplado.
Como os investimentos públicos andam devagar, o setor privado começa a se mexer. Ao que parece, o Moinho Dias Branco está construindo um píer para contêineres na ponta da laje. Será o primeiro terminal de contêineres na Baía de Aratu.
A onda verde - Há algo de novo nas eleições para governador da Bahia em 2009 e tem cor: é verde. O deputado Luís Bassuma é candidato declarado a governador, tem apoio da senadora Marina Lima e espera apenas que sua pré-candidatura seja lançada no próximo dia 12 de dezembro no último encontro regional do seu partido, o PDT.
Em entrevista ao site Bahia Econômica, Bassuma disse que há quatro anos uma onda vermelha tomou conta da Bahia, mas as práticas daí advindas resultaram semelhantes às dopassado, por isso ele vislumbra em 2010 uma onda verde que varrerá o Estado.
Na entrevista, Bassuma procurou tranquilizar os empresários, afirmando uma postura de negociação em prol do desenvolvimento sustentável.
“Mas ninguém pode aceitar, por exemplo, uma fábrica de titânio numa das praias mais belas da Bahia”, afirmou peremptório.
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