BACP seleciona novos projetos
O Programa Biodiversidade e Commodities Agrícolas (BACP, por sua sigla em Inglês) selecionou recentemente três projetos ligados ao setor de soja, submetidos por organizações brasileiras. A Aliança da Terra, o Instituto de Pesquisa da Amazônia (Ipam) e o Instituto Centro de Vida (ICV) são os mais novos beneficiários do programa, que tem o Funbio como ponto focal no Brasil. A chamada de projetos continua aberta até dezembro de 2010.
A expansão da agricultura é uma das principais causas de perda de habitats em todo o planeta. Para reduzir as ameaças das commodities agrícolas sobre a biodiversidade foi criado o Programa Biodiversidade e Commodities Agrícolas (BACP, por sua sigla em Inglês), uma iniciativa da Corporação Financeira Internacional (IFC, por sua sigla em inglês), organização do Banco Mundial que trabalha junto ao setor privado.
Para transformar os mercados das commodities agrícolas, o BACP tem aberto chamadas para apoio a projetos que visem: remover barreiras políticas, apoiar uma produção mais sustentável, promover a demanda por produtos mais sustentáveis em relação à biodiversidade e incentivar mecanismos financeiros que apóiem melhores práticas em relação à biodiversidade e agricultura.
Como ponto focal no Brasil, o Funbio tem participado tanto na elaboração de estratégias de transformação de mercado para as commodities que serão trabalhadas – soja, cana-de-açúcar, cacau e óleo de palma –, quanto no processo de seleção dos projetos. Na chamada voltada para o setor da soja, as organizações brasileiras Aliança da Terra, Instituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM) e Instituto Centro da Vida (ICV) tiveram seus projetos selecionados.
A Aliança da Terra (AT) trabalha na Bacia do Rio Xingu, no Mato Grosso, para ajudar os produtores de soja a melhorarem a gestão social e ambiental de suas propriedades, com base no diagnóstico obtido através do Cadastro de Compromisso Socioambiental (CCS). Com o apoio BACP, a Aliança da Terra pretende expandir o CCS a 200 novas propriedades, abrangendo 2 milhões de hectares. Para tal, irá coletar, gerenciar e utilizar os dados ambientais para elaborar planos de gestão e ajudar os agricultores a se aproximarem do cumprimento dos princípios e critérios da Mesa Redonda da Soja Responsável. Além disso, desenvolverá um Observatório de Carbono, ação piloto que irá quantificar o custo e os serviços do ecossistema no nível de cada propriedade.
O Ipam, como o apoio do BACP, realizará estudos sobre os impactos do uso da terra sobre os mamíferos e sobre a biodiversidade de água doce, com foco em alternativas para a gestão da terra nas plantações de soja, e utilização de diferentes modelos de aplicação de pesticidas. As atividades do projetos serão realizadas nas cabeceiras do Rio Xingu (MT), local onde há forte pressão da expansão da soja.
O projeto aprovado do ICV tem como objetivo mapear Áreas de Alto Valor para a Conservação (AAVC) no Cerrado do Mato Grosso, potencialmente ameaçadas pelo cultivo da soja. Pretende formular um processo de gestão de longo prazo e desenvolver estratégias para acompanhamento destas áreas. Além disso, disseminará sua metodologia de mapeamento e protocolo para identificação de AAVCs. Até 31 de dezembro de 2010, o BACP continuará recebendo propostas de projetos no setor da soja e dendê (RFA 2010-2/Soy 2009-2/PO RFA). O edital disponibilizará um montante total de US$ 2,9 milhões. Mais informações em www.bacp.net.
O programa conta com o financiamento do Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF, em Inglês), da Corporação Financeira Internacional (IFC, em Inglês) e dos governos do Japão, Holanda, Noruega, Luxemburgo, Itália e Nova Zelândia.
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