15 de fevereiro de 2013

Os desafios para a conservação arara-azul-de-lear

Os desafios para a conservação arara-azul-de-lear



Foto
Casal de araras-azul-de-lear: espécie descoberta na década de 70 já enfrenta risco de extinção
Crédito: Patrick Pina
Os caminhos enfrentados pelos pesquisadores da Fundação Biodiversitas, que mantém um projeto de pesquisa sobre a reprodução da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), são desafiadores. Na Estação Biológica de Canudos, na Bahia, onde os estudos são realizados, alguns ninhos da ave estão a mais de 100 metros de altura, o que obriga o grupo de pesquisa a fazer longas caminhadas carregando equipamentos para rapel e até descer extensos paredões de arenito com o uso de cordas.
Diferente de outras araras, a espécie não coloca seus ninhos em árvores, mas em locais mais altos, como as cavidades naturais das rochas. Essa estratégia da arara-azul-de-lear para proteger seus filhotes, no entanto, não tem tido o efeito esperado: descoberta no final da década de 70, a ave já figura a lista dos animais brasileiros ameaçados de extinção.
Para tentar reverter esse quadro, o projeto desenvolvido com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza tenta acompanhar o desenvolvimento da espécie a partir do monitoramento de seus exemplares. Érica Pacífico, pesquisadora responsável pelo projeto de conservação, explica que "para monitorar as aves são utilizados transponders, que são microchips do tamanho de um grão de arroz implantados na pele das aves.".
O acompanhamento, realizado desde 2008, resultou na identificação de 36 pontos nos quais a arara-azul-de-lear faz seus ninhos. Além de identificados, os animais também passam por uma avaliação, a partir da qual os pesquisadores conseguem verificar a saúde dos animais e entender melhor seus hábitos de reprodução para definir ações assertivas de conservação.
Apesar de ser um projeto com longo prazo de execução, a simples presença dos pesquisadores na Estação Biológica de Canudos já inibiu o tráfego de aves na região. O compartilhamento das informações obtidas por meio dos microchips com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está ajudando o órgão a mapear os principais locais onde as aves são capturadas.
Confira outras informações sobre o projeto de conservação da arara-azul-de-lear, clicando aqui.

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