17 de outubro de 2010

Parques estão destruídos e população fica sem lazer


Hieros Vasconcelos, do A TARDE

São Bartolomeu: casas de invasão precisam ser relocadas

O pouco que resta das áreas verdes e de proteção ambiental (APAs) dos parques de Salvador está à mercê da degradação, da violência, das grilagens brancas e da ocupação desordenada. É o caso, por exemplo, dos parques Metropolitano de Pituaçu, do Abaeté e São Bartolomeu, este último localizado no bairro de Pirajá.

O Parque São Bartolomeu, que fica na região do subúrbio ferroviário de Salvador, tem 75 hectares. É o que está em pior condição. Teoricamente administrado pelo Estado, possui áreas que representam algumas das últimas remanescentes da mata atlântica da capital e tem servido para desova de corpos, assaltos e uso de drogas. Seu principal riacho, o Mané Dendê, que nasce no Rio Sena (um esgoto) e resulta na cachoeira de Oxum e Nana – localizada na Praça de Oxum – está completamente poluído por conta da ocupação irregular.

“Trata-se de um problema de saúde pública. Essa água chega ao manguezal de Plataforma, contamina peixes e caranguejos que são consumidos e revendidos para a população”, diz o gestor ambiental Silvio Ribeiro, integrante da Associação Amigos do Parque São Bartolomeu.

Considerado um local histórico, e sagrado para as religiões de matriz africana, foi no parque que existiu o Quilombo dos Urubus. Lá também se deu uma das batalhas pela Independência da Bahia, travada pelas tropas portuguesa e pela formada por brasileiros, negros e índios. “Não pode (o Parque São Bartolomeu) ser abandonado só porque está localizado em uma região periférica da cidade”, reclama Silvio Ribeiro.

Promessas – Desde 2007, a revitalização do Parque São Bartolomeu é prometida. São anunciados reordenamento, cercamento, construção de equipamentos de lazer e de comércio, relocamento da população que mora irregularmente no parque, além da despoluição do rio. A verba para as obras, de R$ 15,6 milhões, é fruto de uma parceria do governo da Bahia e do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).

A coordenação do parque é de responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) e a execução da obras, da Conder. O projeto será dividido em duas etapas – na primeira estão previstos a implantação da Via de Contorno/Sistema de Proteção; do Centro de Referência Parque São Bartolomeu; do Centro de Cidadania e Cultura de Pirajá; Mirante Ilha Amarela, além da requalificação da Praça de Oxum.

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http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5637008

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