IPT testa degradação de sacolas de supermercado
30/05/2012
Agência FAPESP – O Centro Tecnológico de Processos e
Produtos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realizou um estudo
para comparar a biodegradação de quatro diferentes embalagens vendidas
ou dadas em supermercados.
Os testes foram encomendados pela Rede Globo de Televisão. O
resultado apresentou a porcentagem que cada material biodegradou: as de
papel biodegradaram cerca de 40%; as de plástico comum 30%; as de amido
de milho (feita a partir de fontes retornáveis) 15%; e as oxidegradáveis
(que recebem aditivos para se degradarem mais rápido) apenas 2%. A
margem de erro é de 10%.
De acordo com o IPT, de modo geral, nas condições do teste
realizado no Laboratório de Biotecnologia Industrial, nenhuma das
amostras analisadas pode ser considerada como de fácil biodegradação,
isto é, não serão degradadas rapidamente na natureza.
O IPT destaca, entretanto, que existem diversos fabricantes de
sacolas no mercado e o teste foi realizado em apenas uma amostra de cada
material. “A conscientização do consumidor em contribuir com a redução
dos lixos, coleta seletiva e reciclagem pode ser tão importante quanto
os novos materiais no mercado”, disse a pesquisadora Maria Filomena
Rodrigues.
Segundo a determinação do “Teste da Biodegradabilidade Imediata
pela Medida do Dióxido de Carbono Desprendido em Sistema Aberto”,
facilmente biodegradável é todo material cujo conteúdo orgânico se
transforma em água e gás carbônico (mínimo 60%) em até 28 dias.
Compostável, por sua vez, é o material que se biodegradou e gerou
húmus com ausência de metais pesados e substâncias nocivas ao meio
ambiente, que permitem a germinação e o desenvolvimento normal de
plantas.
O ensaio realizado no IPT consistiu em submeter os diferentes tipos
de embalagens em uma solução mineral para que elas sejam consumidas por
microrganismos naturais, retirados da natureza (solo, lago, lodo),
simulando com maior intensidade o que pode ocorrer no meio ambiente.
No ensaio, as sacolinhas são a única substância orgânica fonte de
“alimento” para as bactérias. A avaliação da biodegradabilidade foi
realizada em condições similares, tanto quanto possível, às do ambiente
de destinação.
A biodegradação leva à formação de dióxido de carbono (CO2), água e
biomassa. A porcentagem de CO2 apresentado pelo material estudado, em
relação ao total de CO2 teoricamente esperado para a completa oxidação
do conteúdo de carbono da amostra (CO2 – teórico), informará se a sacola
é biodegradável ou biorresistente, determinada nessa metodologia por 28
dias.
No Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas
foram realizados os ensaios para identificação química das sacolas
plásticas. Por meio dessa técnica, foi identificado que as sacolas
“oxidegradável” e “convencional” são constituídas de polietileno, um dos
tipos de plástico mais comum.
Na sacola de “amido” foi identificada a presença de um constituinte
polimérico quimicamente diferente das outras duas citadas, um polímero
do tipo poliéster, que inclui produtos químicos presentes nas plantas.
Segundo o IPT, é importante ressaltar que as técnicas empregadas
não permitem identificar a presença de possíveis aditivos nas sacolas,
como os oxidegradáveis. Ainda, não é possível avaliar origem do material
polimérico, se é proveniente de uma fonte renovável ou não.
Mais informações: www.ipt.br
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