12 de julho de 2013

Carrapato contaminado mata

por Silvana Blesa

Carrapatos contaminados com uma bactéria chamada de Babesiose, que é um protozoário, quando em contato com o ser humano ou animais domésticos e silvestres podem resultar em morte. Segundo o sanitarista, Enio Soares, do Centro de Informações e Estratégias para a Vigilância Sanitária em Saúde (Ciave), o carrapato conhecido como de cão ou de boi, infectados com a bactéria, se picar uma pessoa e ficar preso na pele por até 4 horas, contamina o animal ou a pessoa.

Cogita-se a informação de que duas crianças morreram esse mês no Hospital Aliança, depois de apresentarem sintomas da bactéria do carrapato. Uma das vítimas é um menino de 4 anos que segundo amigos dos parentes da criança, a família passou o São João em um sítio e o menino teve contato com os animais domésticos do local. Em poucos dias, o garoto começou a ter febre e vômito e os familiares acharam que fosse uma simples virose. Contudo, quando foram procurar atendimento médico, o caso era grave e a criança veio a óbito no Aliança.

Segundo ainda informações de pessoas ligadas à família da vítima, a mãe do menino encontrou um carrapato cravado na cabeça do menino e uma médica chegou a constatar em diagnóstico que a morte da criança teria sido em decorrência da bactéria “Babesiose” transmitida pelo carrapato. Porém, a assessoria de imprensa do hospital confirmou o óbito da criança e a suspeita, mas ressaltou que os agentes da vigilância sanitária estavam cuidando do caso e não confirmou o segundo óbito de outra criança.

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab),    por meio da assessoria, ressaltou que tinha conhecimento do caso e que inclusive, o sangue da criança foi encaminhado para passar por um exame mais elaborado na Fiocruz e a fundação descartou que o óbito da criança tenha sido em decorrência da picada do carrapato, porém, também não foi confirmado o motivo da morte do menino. A assessoria da Sesab ainda afirmou que o laudo da Fiocruz desmentia a conclusão da médica que atendeu a criança.

No entanto, a Sesab disse que picadas de carrapatos infectados são raros, mas o Estado já registrou cinco casos dessa doença. Além da febre, a bactéria que o carrapato transmite pode causar anemia, alterações no sistema nervoso central, respiratório, gastrointestinal e renal, por isso a doença transmitida pelo carrapato é muito grave e pode levar à morte.

Segundo o sanitarista Enio, os sintomas da doença são: febre, vômito, dor de cabeça e no corpo e indisposição. “Esses sintomas levam aproximadamente 2 a 20 dias após a picada do carrapato para manifestarem-se. Com a progressão da doença se o paciente não buscar um tratamento médico de imediato, pode se agravar a situação do paciente”, ressaltou.

Enio ainda reforçou que o mais importante são os cuidados com os cães desde os que vivem na cidade aos que vivem na zona rural. “É preciso que evite que o cão adquira carrapatos. Pois o contágio maior é do carrapato com o cão e depois, o carrapato vai colocar ovos e os carrapatos que nascerem já estarão infectados. As pessoas que têm animais domésticos precisam está sempre olhando os cães e se for constatado algum carrapato não usar remédio aleatório e sim, procurar um veterinário para melhor indicar o medicamento. O ambiente também precisa está sempre limpo para evitar a proliferação dos óvulos do carrapato”, falou.

Animais como cavalos, bois, porcos e até mesmo cães também podem ser infectados. A transmissão, porém, só é feita por meio da picada do carrapato; não há transmissão de homem para homem ou de animal para homem. Além disso, o carrapato precisa ficar em contato com a pele por pelo menos três horas para que a vítima seja infectada. Se a pessoa foi picada por um carrapato e apresenta algum dos sintomas descritos acima, procure atendimento médico o mais rápido possível, pois a babesiose tem cura quando a doença é diagnosticada a tempo.

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