Apresentado projeto de nova estação na Antártica
Espaço custará R$ 72 milhões. Construção deve levar quatro anos
Renato Grandelle
Destruída por um incêndio em fevereiro do ano passado, a Estação
Comandante Ferraz, mantida pelo governo brasileiro na Antártica há 32
anos, ganhará uma versão remodelada a partir de novembro, com o início
da construção de uma nova base no continente. Ontem, o Instituto de
Arquitetos do Brasil (IAB) anunciou que o vencedor do concurso para a
nova base é o projeto de Fábio Henrique Faria, de Curitiba.
Os
contêineres instalados depois do incidente devem durar até quatro anos,
segundo a Marinha, embora possam resistir a mais de uma década.
As
novas instalações, segundo o IAB, terão rede avançada de comunicações
de dados e voz, sistemas de água potável, energia e de coleta de
resíduos sólidos, biblioteca, academia de ginástica e lan house. Sua
área será de 3,2 mil metros quadrados e ela poderá receber 64 pessoas, a
mesma quantidade da estação anterior. O investimento da Marinha será de
R$ 72 milhões.
Setenta e quatro arquitetos entregaram trabalhos
ao IAB. Desses, 11 passaram a uma segunda etapa. As principais ressalvas
aos projetos eliminados foram dúvidas sobre a segurança do maquinário e
a falta de incentivo à interação social. Já o projeto de Faria ganhou
destaque, segundo o IAB, por ser “singelo e marcante” e adequado à
topografia. Ele será erguido no mesmo local da antiga estação.
O
almirante Marcos Silva Rodrigues, secretário da Comissão
Interministerial para Recursos do Mar, ressalta que, mesmo após o
incêndio, nenhuma pesquisa conduzida pelo país foi interrompida pelo
incêndio. Os cientistas foram alojados em bases de países como Chile e
Argentina e, depois, instalados nos contêineres que substituíram a
estação brasileira.
— A estação antiga tinha a infraestrutura
disponível na década de 1980. Agora, ela será adequada ao que há de mais
avançado atualmente — destaca. — É imprescindível, por exemplo, ter uma
matriz energética sustentável. E será possível adaptá-la no futuro a
novas tecnologias.
O intervalo para sua construção, no entanto, é
curto. Só é possível viabilizar sua construção entre novembro e março,
no verão antártico.
URL: http://glo.bo/10ZxdKB
Notícia publicada em 15/04/13 - 21h17
Atualizada em 15/04/13 - 21h19
Impressa em 18/04/13 - 10h50
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