I Simpósio Brasileiro de Entomologia Cultural
O evento será realizado na Uefs, de 6 a 8 de maio de 2013.
Acesse o
site: www.entomologiacultural.com.br
Os insetos são o grupo animal numericamente dominante sobre a face
da Terra, constituindo 4/5 do reino animal, sendo encontrados em quase todos os
ambientes existente no planeta. Aproximadamente um milhão de espécies vivas de
insetos já foi descrito pela ciência.
Essa grande diversidade de
insetos é percebida, classificada, conhecida e utilizada de diferentes maneiras
por diferentes sociedades humanas.
Os insetos desempenham funções
ecológicas importantes na estruturação e manutenção dos ecossistemas, tais como:
ciclagem de nutrientes – insetos necrófagos consomem plantas e animais mortos
mantendo a Terra limpa, enriquecendo o solo e liberando os nutrientes que
contribuem para o crescimento das plantas; polinização das plantas com flores –
cerca de 30% do alimento que ingerimos depende da polinização feita pelas
abelhas; dispersão de sementes; manutenção da estrutura e fertilidade do solo;
controle das populações de organismos – as espécies predadoras, parasitoides e
parasitas são importantes para controlar o número de outros insetos; fonte
direta de alimento para inúmeras espécies animais; controle biológico de
plantas nocivas. Além disso, esses organismos exerceram e continuam a exercer
uma influência significativa nos sistemas culturais de diferentes sociedades
humanas, tanto passadas quanto atuais.
Há várias explicações para a importância dos insetos na cultura
humana. Seu significado frequentemente repousa em seu valor simbólico. Esses
significados são, às vezes, contraditórios dependendo da sociedade em que
aparecem (p. ex., grilos na casa podem significar tanto boa sorte quanto má
sorte resultando em morte). O próprio inseto ou seus produtos podem também
fornecer um modelo (arte decorativa), uma ferramenta (guerra biológica), uma
invenção (brinquedo) e diversão (filmes e documentários retratando esses
animais).
A entomologia cultural como atividade lúdico-acadêmica é
relativamente recente. O termo foi cunhado pelo entomólogo Charles L. Hogue na
década de 1980 para se referir à influência dos insetos (e demais artrópodes)
na literatura, linguagem, música, belas artes, história interpretativa,
religião e recreação. Como salientado por Hogue, a entomologia cultural
investiga qualquer tema relacionado com artrópodes e não apenas com insetos
como o termo sugere.
O I Simpósio Brasileiro de Entomologia Cultural (I SBEC) consta de
conferência magistral, mesas-redondas, palestras, oficinas e apresentação de
resultados de pesquisa, com a participação de renomados pesquisadores e
estudantes de graduação e pós-graduação do país e do exterior.
Este simpósio e os trabalhos que nele serão apresentados são
apenas uma pequena mostra da riqueza cultural que se vislumbra no patrimônio
cultural material e imaterial das múltiplas interações que o ser humano
estabelece com os artrópodes, colocando de manifesto a necessidade de
revalorizar a importância dos artrópodes no contexto social e de suas
manifestações culturais. Além disso, estudos de entomologia cultural podem
resultar em implicações e aplicações de conservação e uso sustentável dos
invertebrados, bem como a manutenção das culturas a eles associadas.
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