Na BA, ninhal em área de caatinga abriga aves do Pantanal
A iniciativa é de um agricultor de Malhada, BA.
Parte da propriedade é reservada para reprodução dos pássaros.
Quando o dia amanhece, começa a revoada. São tantas que o céu do sertão fica irreconhecível.
Mergulhões, garças, jaburus, aves do Pantanal em temporada de reprodução. Todo ano, elas voam mais de dois mil quilômetros até o município de Malhada, sudoeste da Bahia, às margens do Rio São Francisco, onde transformaram a caatinga, região de seca, em uma grande maternidade.
A área é uma RPPN, reserva particular do patrimônio natural, e fica dentro da fazenda da família do pecuarista Ruy Moura, que tem 16 mil hectares.
As aves se espalham por mais de cinco mil árvores. Não há ninho que não esteja ocupado por três ou quatro recém-nascidos.
A capacidade de localização dos animais impressiona. Um casal sai para pescar e na volta, entre milhares de árvores, identifica o local exato do ninho dos filhos.
Até o segundo mês de vida, quando começam a voar, os filhotes dependem dos pais e da sorte. Os predadores estão sempre por perto, mas segundo os donos da área, são os caçadores os grandes inimigos.
A fiscalização é feita pelos empregados da fazenda. Dois vaqueiros passam o dia vigiando a região para evitar a entrada de caçadores.
Biólogos de uma universidade do sudoeste baiano começaram a trabalhar na contagem dos ninhos. Ainda estão longe de terminar, mas calculam que a população passa de 500 mil aves.
A fonte da comida são as 32 lagoas que ficam perto do ninhal. As aves se alimentam de peixes e as lagoas recebem cardumes de várias espécies do São Francisco quando o rio transborda.
Além de comida farta, o ambiente é bem preservado, tudo o que as aves precisam para procriar. A temporada na Bahia dura de três a quatro meses e os donos da fazenda ficam só imaginando o momento em que elas voarão de volta para o Pantanal.
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