Tamar solta no dia 14 o "filhote 15 milhões"
Elmano Augustoelmano.cordeiro@icmbio.gov.br
“Foram necessários 33 anos e 15 milhões de pessoas visitando o Tamar, para salvarmos 15 milhões de filhotes de tartarugas marinhas. E vamos continuar nessa luta por mais 33 anos ou até quando for preciso”. A frase, cheia de entusiasmo e esperança, é de Guy Marcovaldi, chefe do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas (Tamar), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
No próximo dia 14, a partir das 16h, na sede nacional do Centro, na Praia do Forte, na Bahia, o ICMBio vai comemorar os 33 anos do Tamar com muita festa. Antes do “show ecológico” do baiano Luiz Caldas, que cantará só músicas com temática ambiental, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o presidente do ICMBio, Roberto Vizentin, farão a soltura do "filhote 15 milhões", simbolizando o número de tartaruguinhas soltas no mar desde a criação do Projeto Tamar.
Na ocasião, será assinado ainda termo de cooperação entre o ICMBio e a Fundação Pró-Tamar, que prevê a renovação da parceria por mais cinco anos. A fundação é o braço financeiro e administrativo do projeto, que mantém atualmente 23 bases espalhadas pelo litoral de nove estados brasileiros. O trabalho envolve, ao todo, 1.300 pessoas nas ações de proteção nas praias e de inclusão social nas comunidades de pescadores por meio de iniciativas de geração de renda.
“Sonhadores”
O Tamar surgiu em 1979, quando um grupo de biólogos e ecologistas “sonhadores”, liderados por Guy Marcovaldi, decidiu fazer alguma coisa para proteger as tartarugas marinhas. Na época, não havia qualquer ação de preservação. Os animais eram vítimas da pesca indiscrimada ou da conduta irresponsável das pessoas. As cinco espécies que vivem no litoral brasileiro – cabeçuda, verde, oliva, de pente e de couro – corriam grave risco de extinção.
Dois anos após a sua criação, ainda no âmbito do IBDF (depois passaria para o Ibama), o Tamar montou sua sede na Praia do Forte, numa base cedida pela Marinha. Aos poucos, foi crescendo e se mostrando fundamental para a conservação das tartarugas-marinhas. Assim, ganhou fama e respeito nacional e internacional.
Hoje, o Tamar é coordenado pelo ICMBio e coadministrado pela Fundação Pró-Tamar. Tem como principal fonte de renda a visitação que, além de contribuir para engordar as finanças do projeto, oferece às pessoas a sensação de ver de perto as tartarugas em enormes tanques montados na área aberta do Centro e conhecer mais a fundo o trabalho de conservação. O restante dos recurso vem do orçamento do ICMBio, do patrocínio da Petrobras e do apoio do Bradesco.
Visitantes
O contínuo e dedicado trabalho de Marcovaldi e sua tuma de “sonhadores” assegurou, nesses 33 anos, além da soltura de 15 milhões de filhotes, uma outra marca ao Tamar: a de 15 milhões de visitantes à sede nacional, na Praia do Forte. O local é hoje um dos pontos mais frequentados pelos turistas no litoral norte da Bahia e irradiador de desenvolvimento econômico para toda a região.
A coincidência dos números – 15 mihões de visitantes e 15 milhões de tartaruguinhas soltas –, festejada como uma vitória da conservação, leva Marcovaldi a fazer uma conclusão bem ao estilo "sonhador" dos velhos tempos: "Cada pessoa que visita o Tamar salva uma tartaruga marinha". Se é assim, que mais gente vá ao Tamar.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280
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