30 de março de 2011

Introdutor da macrobiótica no Brasil faz palestra em Belas Artes


A palestra é uma iniciativa da Escola de Nutrição

Introdutor da alimentação macrobiótica no Brasil, o professor Tomio Kikuchi, 84 anos, faz palestra no dia 5 de abril, às 9h, na Escola de Belas Artes da UFBA, que fica na Araújo Pinho,212 - Canela, sobre o tema “Perigo do Tsunami Nutricional”. Num ambiente em que o tema do naturalismo era visto com reservas, Kikuchi vai falar sobre a importância da alimentação integral para a conquista da saúde. A Escola de Nutrição abre, dessa forma, a possibilidade de estudantes e profissionais terem contato com um conceito alimentar polêmico, revolucionário até, diretamente da fonte.

Japonês de origem, Tomio Kikuchi chegou ao Brasil após o fim da Segunda Guerra, se estabelecendo em São Paulo. Ainda jovem estudou em Tóquio, onde conviveu com médicos e cientistas. Entre 1948 e 1953, trabalhou com George Oshawa, o pai da macrobiótica, de quem recebeu estímulo para se dedicar à chamada medicina “transformal”.

Homem baixo, magro, simpático, de uma vivacidade instigante, ele fala com segurança e profundidade a respeito de cereais, verduras, carnes, frutas, e também casamentos, solidariedade, negócios, guerras, futebol e qualquer outro assunto. Porque a micro-macrobiótica, evolução da macrobiótica, não se trata apenas de uma dieta alimentar, mas de uma nova atitude para consigo mesmo, com os outros, as instituições, a sociedade e todo o planeta.

Autor de um dos manuais de alimentação natural mais completos do país, o livro “Auto Controle Terapia” (Editora Musso, 492 páginas, na 7ª edição), Kikuchi considera que o processo de assimilação dos alimentos é o ponto essencial da questão saúde/doença. As falhas nesse mecanismo, diz ele, provocam disfunções orgânicas e até psíquicas. Assim, a doença se manifesta como uma forma de o organismo compensar essas falhas e retornar ao seu equilíbrio. “O combate direto às doenças é, assim, por qualquer lógica, insensato”, conclui.

A então denominada macrobiótica começou a chamar a atenção nos anos 60, empurrada pela contracultura e sua onda orientalista. A origem, contudo, remonta ao início do século 20, quando o japonês George Oshawa (1893-1966) sistematizou grande quantidade de antigas sabedorias do Oriente, baseando-se especialmente no princípio do yin (energia negativa, fria) e yang (positiva, quente). Nos anos 50, dois de seus mais aplicados discípulos desembarcaram no ocidente: Michio Kushi, nos Estados Unidos, e Tomio Kikuchi, no Brasil, hoje reconhecidos internacionalmente como os mais importantes difusores desse conhecimento. Mais informações: 71- 32406792.

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