O Café Científico Salvador,
promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das
Ciências (UFBA/UEFS), pela LDM - Livraria Multicampi, pela Tribuna da Bahia e
pela Biblioteca Pública do Estado da Bahia, continua neste mês de Outubro de
2013 com o evento a seguir:
25 de Outubro de 2013 – 18:00
Recifes de coral: Desafios locais e globais de conservação
Zelinda M. A. N. Leão (UFBA / IGEO / RECOR / INCT-AmbTropic)
Local: Sala Katia Mattoso da
Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General
Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.
O Café Científico é um local em
que qualquer pessoa pode discutir desenvolvimentos recentes das várias ciências
e seus impactos sociais. Ele oferece uma oportunidade para que cientistas e o
público em geral se encontrem face a face para discutir questões científicas,
numa atmosfera agradável.
O evento é
inteiramente gratuito e não necessita de inscrição.
RECIFES
DE CORAL – DESAFIOS LOCAIS E GLOBAIS DE CONSERVAÇÃO
Zelinda
M. A. N. Leão (UFBA / IGEO / RECOR / INCT-AmbTropic)
Os recifes de
coral vivem nos mares tropicais do mundo numa faixa dos oceanos entre as
latitudes de 30°N e 30°S, onde a temperatura das águas não varia muito, e é
sempre superior a 20°C. Eles constituem o mais diverso e mais produtivo dos
ecossistemas marinhos costeiros, contendo as maiores reservas da biodiversidade
dos mares. Fornecem alimento e são a principal fonte de recursos para centenas
de milhares de pessoas que vivem nas regiões tropicais do planeta, formando um
ecossistema natural único, com grande valor científico, econômico e social. O
processo de vida nos recifes de coral é extremamente complexo devido ao alto
grau de interdependência entre seus organismos. Esta relação entre os vários
componentes do ecossistema torna-o muito frágil e suscetível aos impactos que
afetam o ambiente. Os recifes são formados por corais que existem há cerca de
250 milhões de anos. Embora eles tenham sobrevivido a grandes flutuações
climáticas e catástrofes ao longo da história do planeta, calcula-se que
atualmente cerca de 30% dos recifes já estejam severamente danificados, e que
dentro de 30 a 40 anos aproximadamente 60% estarão totalmente degradados. Isto
deve ocorrer em consequência da ação conjunta do aquecimento global e da
depredação dos recursos naturais pelo homem, principalmente devido à sobrepesca
e à poluição marinha. No Brasil os recifes de coral se distribuem por cerca de
3.000 km nas costas nordeste e leste, do Maranhão até o sul da Bahia, e são os
únicos recifes do Oceano Atlântico Sul. Eles são especiais pela sua forma de
crescimento, pois crescem a partir de uma estrutura única, chamada de
"chapeirão", que são colunas isoladas com a forma de cogumelo - a
base estreita e o topo expandido como se fosse a aba de um grande chapéu. Das
mais de 300 espécies de corais existentes no mundo, apenas cerca de 20 espécies
vivem nos recifes brasileiros, das quais 18 são encontradas em Abrolhos que é a
mais rica área de recifes do Brasil, e cerca de 40% destas espécies são
endêmicas das águas brasileiras. Os corais são extremamente sensíveis às
oscilações da temperatura da água do mar. Um aumento pequeno pode provocar o
branqueamento do coral que é a perda das suas algas simbiontes, as zooxantelas,
deixando visível o seu esqueleto calcário branco daí o nome de branqueamento. O
branqueamento compromete a capacidade de reprodução, o crescimento e a taxa de
calcificação do esqueleto dos corais e, consequentemente, o desenvolvimento dos
recifes como um ecossistema de alta biodiversidade. Até o presente os corais
brasileiros têm resistido aos fortes eventos de branqueamento. O último evento
ocorreu no verão de 2009/2010 quando anomalias térmicas, decorrentes do
fenômeno El Niño, foram a principal causa da ocorrência de corais
branqueados em toda a costa do Brasil. Há um consenso mundial quanto à
necessidade de se promover o manejo e a conservação dos recifes de coral, e o
Brasil não é exceção. As unidades de conservação no Brasil estão distribuídas
por todo o seu litoral e abrange quase todas as ilhas oceânicas do país,
apresentando um sistema amplo, com diferentes categorias de manejo nos três
níveis de governo, federal, estadual e municipal. Estas diferentes categorias
surgem de acordo com estudos e demandas comunitárias conforme as
características e as alternativas locais para a conservação dos recursos
naturais do ecossistema. E essas áreas protegidas são consideradas como a mais
poderosa ferramenta para a conservação dos recifes de coral.
Sugestão de
leitura:
·
Atlas
dos Recifes de Coral nas Unidades de Conservação Brasileiras. Ministério do
Meio Ambiente. SBF 2006.
·
Leão
ZMAN, Kikuchi RKP, Oliveira MDM. Branqueamento de corais nos recifes da Bahia e
sua relação com eventos de anomalias térmicas nas águas superficiais do oceano.
Biota Neotrop. 8: 69-82, 2008.
·
Leão
Z.M.A.N. Abrolhos - O complexo recifal mais extenso do Oceano Atlântico Sul. In:
Schobbenhaus C., Campos D.A., Queiroz E.T., Winge M., Berbert-Born M., (Ed.), Sítios
Geológicos e Paleontológicos do Brasil. 1999. Publicado na Internet no
endereço http://www.unb.br/ig/sigep/sitio090/sitio090.htm.
·
Poggio
C, Leão Z, Mafalda-Junior P. Registro de branqueamento sazonal em Siderastrea
spp nas poças intermareais do Recife de Guarajuba, Bahia, Brasil. Interciencia
34: 502-506, 2009
·
Ferreira,
B. P. & M. Maida. Monitoramento dos recifes de coral do Brasil – situação
atual e perspectivas. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade
e Florestas, Brasília, 116 pp, 2006.
·
Guia
Internet dos corais e hidrocorais do Brasil. http://www.cpgg.ufba.br/guia-corais/
·
Kikuchi.
R.k.P., Atol das Rocas. In: Schobbenhaus C., Campos D.A., Queiroz E.T., Winge
M., Berbert-Born M., (Ed.), Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil.
1999. Publicado na Internet no endereço http://www.unb.br/ig/sigep/sitio030/sitio030.htm
·
Leão,
Z., Kikuchi, R., Amaral, F., Oliveira, M., Costa, C. Tesouros agonizantes.
Scientific American Brasil. Oceanos, vol 3, p. 74 – 82. 2009. www.sciam.com.br
Para
mais informações, ligue 71 3283-6568 ou 3277-8622
Maiores
informações sobre o café científico de Salvador podem ser encontradas em
http://cafecientificossa.blogspot.com
Informações
gerais sobre a iniciativa dos Cafés Científicos podem ser conseguidas no
seguinte sítio: http://www.cafescientifique.org.
Att
Comissão
Organizadora do Café Científico:
Charbel
Niño El-Hani (Instituto de Biologia, UFBA. Programa de Pós-Graduação em Ensino,
Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS. Programa de Pós-Graduação em
Ecologia e Biomonitoramento, UFBA).
Primo
Maldonado (LDM).
Luana
Maldonado (LDM)
Liziane
Martins (Faculdades Jorge Amado)
Nei
de Freitas Nunes Neto (Instituto de Biologia, UFBA).
Sidarta
Rodrigues (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, UFBA)
Valter
Alves Pereira (Colégio da Polícia Militar. Programa de Pós-Graduação em Ensino,
Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS)
Anna
Cassia Sarmento (Colégio da Polícia Militar)
Maria
Aparecida Santana (Instituto de Biologia, UFBA).
Frederik
Moreira dos Santos (Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História
das Ciências, UFBA/UEFS)
Ricardo
Santos do Carmo (Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das
Ciências, UFBA/UEFS)
Patricia
Zucoloto (Faculdade Ruy Barbosa).
Luciana
Fiuza (Instituto de Biologia, UFBA).
Jailson
Alves dos Santos (Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das
Ciências, UFBA/UEFS, professor assistente do Dexa, UEFS)
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