- OHI
- 17/08/2012 09:05
Índice de saúde dos oceanos é lançado
Medida de saúde dos ambientes marinhos é baseada no estudo de 171 regiões costeiras no mundo. Primeiras conclusões são publicadas na Nature
São Paulo - O Índice de Saúde dos Oceanos (OHI, na sigla em inglês), a
primeira medida abrangente indicadora da saúde dos ambientes marinhos,
baseada no estudo de 171 regiões costeiras no mundo todo, foi lançado no
dia 15 de agosto.
O novo índice, lançado pela Conservação Internacional, National
Geographic Society e New England Aquarium, é uma medida quantitativa da
saúde dos oceanos em termos dos benefícios que eles trazem e considera os seres humanos como parte desse ecossistema.
O índice é organizado em torno de dez fatores definidos para medir o
uso que as pessoas fazem dos recursos e serviços oferecidos pelo oceano e
ambientes costeiros: provisão de alimentos; oportunidades de pesca
artesanal; produtos naturais; armazenamento de carbono; proteção
costeira; subsistência e economia; turismo e recreação; identidade
local; águas limpas; e biodiversidade.
As primeiras conclusões do OHI, publicadas no mesmo dia 17 na Nature,
revelaram uma pontuação global de 60, em um total de 100 pontos.
Quanto menor a pontuação, pior a situação, mostrando que ou o homem não
está aproveitando os benefícios fornecidos pelos oceanos, ou não está
utilizando esses benefícios de modo sustentável. O Brasil ficou em 35º
lugar, com 62 pontos.
Os locais com mais alta pontuação incluíram tanto nações densamente
populosas e altamente desenvolvidas, como a Alemanha – em quarto com 73
pontos –, como locais remotos como a Ilha Jarvis, no Pacífico – que
ficou em primeiro com 86 pontos.
Foram atribuídas pontuações para os dez fatores avaliados de forma
global e também em termos regionais. O OHI pode ser usado desde a escala
global até localmente – desde que existam dados de qualidade.
O OHI é uma importante ferramenta para políticos tomarem decisões sobre
o futuro dos oceanos. As decisões de gerenciamento de recursos podem
ser examinadas por grupo de metas, permitindo que os políticos avaliem a
efetividade de seus compromissos.
De acordo com o índice, a maricultura recebeu uma das mais baixas
pontuações (10 de 100), revelando oportunidades para os países criarem
espécies marinhas de modo sustentável para ajudar a atender à demanda do
crescimento da população e fornecer benefícios econômicos.
Os países do oeste da África tiveram a mais baixa pontuação no Índice
de Saúde dos Oceanos. Esses países também tiveram baixa classificação no
Índice de Desenvolvimento Humano, sugerindo uma relação entre um bom
governo, economias fortes e litoral saudável.
Mais de 40% da população mundial vive ao longo da costa e, à medida que
a população mundial aumenta, as pessoas se tornam mais dependentes dos
oceanos para a sua alimentação, subsistência, recreação e sustento. No
entanto, aproximadamente 84% das reservas marinhas monitoradas estão
completamente exploradas, sobre-exploradas ou até mesmo esgotadas. A
capacidade das frotas pesqueiras do mundo é estimada em 2,5 vezes acima
dos níveis de pesca sustentáveis.
“A pontuação global de 60 é uma forte mensagem de que não estamos
gerenciando o uso dos oceanos de maneira adequada,” disse Bud Ris,
presidente do New England Aquarium e coautor do artigo na Nature. “Há
muita oportunidade para melhorias e nós esperamos que o OHI torne esse
ponto bastante claro.”
“Pela primeira vez, temos uma medida abrangente do que está ocorrendo
com os oceanos e uma plataforma global a partir da qual podemos avaliar
as implicações das ações ou omissões humanas”, disse Greg Stone,
vice-presidente sênior e cientista chefe para os Oceanos da Conservation
International e outro autor do artigo.
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