Eunápolis (23/03/2010) - Foi assinado no último dia 18/03, na RPPN Estação Veracel, o Acordo de Cooperação entre a Veracel Celulose S.A e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - Ibama para a melhoria da infra-estrutura do Centro de Triagem de Animais Silvestres – Cetas do instituto em Porto Seguro, na Bahia.
Durante a cerimônia de assinatura, a gerente executiva do Ibama em Eunápolis, Cleide Guirro, destacou que o trabalho do Cetas é de extrema importância, pois, quando se fala em Mata Atlântica, muitos pensam apenas nas árvores, mas os animais abrigados neste bioma também precisam de proteção e cuidado. “Para fazer isso, precisamos fazer parcerias”, enfatizou.
O Cetas Porto Seguro, que está sendo construído numa área de Mata Atlântica - na Estação Ecológica do Pau Brasil - Espab (unidade pertencente à Comissão Executiva para o Plano da Lavoura Cacaueira - Ceplac), será o maior do estado e um dos maiores do Brasil, com uma infraestrutura para atender a 63 municípios das regiões Sul e Extremo Sul do estado e com capacidade para receber até cinco mil animais silvestres por ano. Unidades como estas são estruturas de manejo de fauna criadas pelo poder público para recepcionar animais silvestres apreendidos, resgatados, feridos ou entregues pela população, onde há tratamento e reabilitação de animais para devolvê-los a seu habitat natural.
O Cetas de Porto Seguro deve ser inaugurado em junho deste ano. Sua operação conta com o apoio de diversos parceiros, entre eles a Comissão Executiva para o Plano da Lavoura Cacaueira - Ceplac), a Veracel Celulose S.A, o Terravista S.A. e Projeto Amiga Tartaruga (Pat - Ecosmar).
Segundo os termos do acordo de cooperação, a Veracel Celulose apoiará os trabalhos do Cetas por meio da instalação de redes de abastecimento de energia elétrica e água potável. “Essas parcerias são importantes, pois, uma vez em funcionamento, o Cetas irá receber e reabilitar uma grande quantidade de animais, realizando esse trabalho em uma área de mata nativa bastante ampla, com espaço e clima adequados à sua preparação”, disse Guirro.
O diretor-presidente da Veracel, Antonio Sergio Alipio, ressaltou a importância da parceria como algo que trará benefícios para toda sociedade e gerações futuras. “Com o Centro de Triagem próximo à RPPN Estação Veracel e ao Parque Nacional Pau-Brasil, criamos mais condições de proteção para esses importantes fragmentos de Mata Atlântica”, declarou.
Além dos representantes da Veracel e do Ibama, a cerimônia de assinatura do Acordo de Cooperação contou ainda com a presença de representantes da sociedade civil organizada, como do Pat- Ecosmar e do Instituto BioAtlântica (IBio).
Estrutura de Grande Porte
De acordo com Guirro, o novo Cetas foi projetado com dois prédios, sendo um destinado a quarentena dos animais recém apreendidos e outro destinado a triagem e cuidados médicos. Este último prédio é composto por escritório, setor de nutrição animal, depósitos, ala de produção de alimentos-vivos, enfermaria, ambulatório, sala cirúrgica, sala de necropsia e viveiros de aclimatação.
O Cetas Porto Seguro contará ainda com uma equipe multidisciplinar formada por biólogos, médicos-veterinários, agentes de fiscalização ambiental especializados no trabalho com fauna silvestre. “Essa estrutura vai garantir o manejo adequado dos animais apreendidos para que sejam examinados, recebendo cuidados médico-veterinários e sendo preparados para retornarem a viver em liberdade, protegendo, desta forma, suas populações e mantendo suas funções ecológicas”, destacou Guirro.
Com a inauguração do Cetas Porto Seguro, os animais silvestres apreendidos na região pelo poder público poderão ser tratados localmente, sem a necessidade de transportá-los para outros centros especializados no norte do estado, como vinha sendo feito até então. Além do Cetas Porto Seguro, a Bahia conta com outros três Centros de Triagem de Animais Silvestres: nas cidades de Salvador, Vitória da Conquista e Barreiras.
Importância do apoio da comunidade
A gerente executiva do Ibama lamenta que ainda existam muitas pessoas que cometem os crimes de captura e criação ilegal de animais silvestres. “Estes crimes possuem penas de detenção de seis meses a um ano e multa, além da aplicação de sanções administrativas que podem chegar a uma multa de até cinco ml reais por animal encontrado em poder do criminoso”, alerta Guirro.
Além de constituir um crime ambiental, é importante lembrar que os animais silvestres mantidos em cativeiro possuem doenças que muitas vezes são fatais para os seres humanos, como a raiva, herpes, tuberculose, brucelose e salmonelose.
Em 2009, a Gerência Executiva do Ibama em Eunápolis registrou a apreensão de 647 animais silvestres. Este ano, somente em uma apreensão no município de Medeiros Neto, foram resgatadas 1.650 aves silvestres, a maior apreensão de animais silvestres já realizada na região sul da Bahia.
Diante da grande extensão da região sul da Bahia, a participação das pessoas têm se mostrado muito importante na luta contra o tráfico de animais silvestres. “O número de animais apreendidos, infelizmente, ainda representa uma pequena parte do que é comercializado ilegalmente. Por isso, a participação popular é muito importante para o combate aos crimes contra a fauna silvestre brasileira. Além de não comprar animais capturados na natureza, as pessoas ainda podem ajudar o Ibama denunciando locais de cativeiro de animais silvestres”, explicou a analista ambiental Ligia Ilg, do Núcleo de Fauna do instituto.
Para denunciar crimes contra a fauna silvestre e apoiar o trabalho do Ibama, basta ligar para a Ouvidoria, por meio da Linha Verde, pelo telefone 0800-61-8080. A ligação é gratuita e não é preciso se identificar.
Gerex/Ibama/Eunápolis
Parabéns pelo blog. Que bom que esses poucos desprendidos e heróicos técnicos dos Cetas e do Ibama conseguiram apoio! Porque se depender do governo...os bichos tão fritos. E como precisa de Cetas! Ainda mais na Bahia. Só esperemos também que esses eles não virem depósito de animais. Vamos acompanhar se eles vão mesmo reabilitar os animais e devolvê-los à natureza, ou os pobres bichos sí vão mudar de endereço de gaiola...
ResponderExcluirObrigada anônimo.
ResponderExcluirA Ba precisa de muitos Centros de Manejo e Reabilitação e não só CETAS.Para alguns Cetas é um depósito de animais.Vamos ver se eles irão realmente reabilitar e fazer solturas posteriormente.