Lixo Eletrônico
Washington Novaes, jornalista, é supervisor geral do Repórter Eco.
Se já não tivéssemos razões suficientes para preocupação com os problemas do lixo no país, um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente trouxe mais uma: o Brasil é o país emergente que produz mais lixo eletrônico por pessoa. E esse tipo de lixo, quase sempre muito tóxico, não tem estratégia para ser cuidado, não é prioritário e faltam lugares adequados para seu descartado.
Estamos produzindo hoje no país perto de 300 mil toneladas diárias de lixo domiciliar e comercial- fora os entulhos de construções - um volume ainda maior -, lixo industrial e outros. Mas já são descartados no país quase 100 mil computadores por ano, 115 mil toneladas de geladeiras, 17 mil toneladas de impressoras, mais de 2 mil toneladas de telefones celulares. Todos esses produtos contêm metais pesados, muito tóxicos, que precisam de cuidados especiais ao serem descartados.Mas entre nós são muito poucos os locais que os recebem e tratam adequadamente.
O problema tende a crescer. Porque no ano passado foram vendidos no país 12 milhões de computadores, 47 milhões de celulares e 9 milhões de televisores. A porcentagem de adultos e adolescentes que têm celulares em três anos passou de 36,6% da população para quase 60%. Vai aumentar o descarte desses aparelhos. No mundo, já são 40º milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano.
Precisamos avançar muito nessa área. Todas as grandes capitais brasileiras estão com seus aterros para lixo domiciliar esgotados.Mais de metade do lixo vai para lixões a céu aberto. E no Congresso Nacional anda a passos de tartaruga um projeto de lei de Política Nacional para essa área. O que a sociedade vai fazer para pressionar por soluções ?
No ar : 14/3/2010
Washington Novaes, jornalista, é supervisor geral do Repórter Eco. Foi consultor do primeiro relatório nacional sobre biodiversidade. Participou das discussões para a Agenda 21 brasileira. Dirigiu vários documentários, entre eles a série famosa "Xingu" e, mais recentemente, "Primeiro Mundo é Aqui", que destaca a importância dos corredores ecológicos no Brasil.
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