14 de dezembro de 2014

CAFÉ CIENTÍFICO SALVADOR – BRINCAR OU BRINCAR: EIS A QUESTÃO.

NESTE MÊS DE DEZEMBRO, O CAFÉ CIENTÍFICO SALVADOR DISCUTE A BRINCADEIRA COMO UMA CARACTERÍSTICA UNIVERSAL DA INFÂNCIA, MAS VARIÁVEL ENTRE AS CULTURAS.
 
O QUE?
CAFÉ CIENTÍFICO SALVADOR – BRINCAR OU BRINCAR: EIS A QUESTÃO.
 
QUANDO?
19 DE DEZEMBRO DE 2014
 
A QUE HORAS? 18 HORAS
 
ONDE? SALA KÁTIA MATTOSO, BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA (BIBLIOTECA DOS BARRIS), RUA GENERAL LABATUT, 27, BARRIS, SALVADOR-BA
 
 
O Café Científico Salvador, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (UFBA/UEFS), pela LDM - Livraria Multicampi, com apoio da Tribuna da Bahia, da Rádio CBN e da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, segue adiante em Dezembro de 2014 com o evento:
           
19/12/2014 – 18 horas
 
Brincar ou Brincar: Eis a Questão
 
Ilka Bichara (Instituto de Psicologia/UFBA)
 
 
Para mais informações, ver resumo abaixo.
 
Local: Sala Kátia Mattoso, Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Biblioteca dos Barris), Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador-BA.

O Café Científico é um local em que qualquer pessoa pode discutir desenvolvimentos recentes das várias ciências e seus impactos sociais. Ele oferece uma oportunidade para que cientistas e o público em geral se encontrem face a face para discutir questões científicas, numa atmosfera agradável.
 
O evento é inteiramente gratuito e não necessita de inscrição.
 
Para mais informações, ligue 71 3283-6568.
 
Maiores informações sobre o café científico de Salvador podem ser encontradas em http://cafecientificossa.blogspot.com
 
Informações gerais sobre a iniciativa dos Cafés Científicos podem ser conseguidas no seguinte sítio: http://www.cafescientifique.org.
 
Att
Comissão Organizadora do Café Científico:
Charbel Niño El-Hani (Instituto de Biologia, UFBA. Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Biomonitoramento, UFBA)
Primo Maldonado (LDM)
Luana Maldonado (LDM)
Paola Perez (LDM)
Anna Cassia Sarmento (Colégio da Polícia Militar. Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS)
Cássia Regina Reis Muniz (Colégio da Polícia Militar. Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS)
Natália Rodrigues da Silva (Colégio da Polícia Militar. Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS)
Jailson Alves dos Santos (Instituto de Química/UFBA. Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS)
Ítalo Carvalho (Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS)
Luciana Fiuza (Instituto de Biologia, UFBA)
Valter Alves Pereira (Colégio da Polícia Militar)

Brincar ou brincar: eis a questão
 
Ilka Bichara
Instituto de Psicologia/UFBA
 
 
Resumo
 
A espécie humana é curiosa e lúdica. Não importa onde, na cidade ou no campo, no palácio ou na favela, no frio ou no calor, no pântano ou no deserto, brincar é uma característica predominante nas crianças e não está ausente entre os adultos. Ainda que cada cultura, cada grupo, cada turma de amigos e mesmo cada criança tenha suas brincadeiras particulares, a simples existência do fenômeno é inquestionavelmente universal. Podemos então afirmar que brincar é uma característica definidora e universal da infância, embora culturalmente variável. Mas o que é brincar e por que essa é uma atividade tão presente?
Antes de qualquer tentativa de definição, é importante registrar que não só as crianças brincam. Filhotes de outras espécies, principalmente mamíferos, também brincam, mas nem todos. Vamos então começar nossa conversa tentando encontrar o que existe de comum entre as espécies que brincam. Foi o que fez Burghardt (2005) ao elaborar uma síntese com cinco grupos de critérios identificadores, o que ele denomina os “big five” da brincadeira:  Função imediata limitada; Componente endógeno; Diferença temporal ou estrutural; Ocorrência  repetida; Ambiente relaxado.
Mas, para que serve o brincar? Por que esse comportamento foi selecionado? Como um comportamento pode ser crucial e supérfluo ao mesmo tempo? E, se brincar é uma extravagância, como persistiu? Deve ter alguma função de adaptação ou, ao menos, um benefício que sobreponha seu custo, se não teria sido eliminada pelas forças da seleção natural.
Discutiremos esta questão a partir da hipótese de que brincar é, provavelmente, uma adaptação ontogenética, ou seja, um sistema comportamental que melhora a adaptação do indivíduo nos estágios imaturos da vida, perdendo seu significado na idade adulta.
 
Indicações de leitura:
 
Bichara, I.D.; Lordelo, E.R.; Carvalho, A.M.A. & Otta, E. (2009) Brincar ou brincar: eis a questão – perspectiva da psicologia evolucionista sobre a brincadeira. In: Yamamoto, M. E. e Otta, E. (Orgs) Psicologia Evolucionista. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 104-113.
 
Carvalho, A. M. A. (1989). Brincar juntos: natureza e função da interação entre crianças. In C. Ades  (Org.), Etologia: de animais e de homens (pp.199-210). São Paulo: Edicon.
 
Carvalho, A. M. A.; Pontes, F. A. R.; Magalhães, C. M. C. & Bichara, I. D. (2003). Brincadeira e Cultura: viajando pelo Brasil que brinca. São Paulo: Casa do Psicólogo.
 
Yamamoto, M.E. & Carvalho, A.M.A. (2002). Brincar para que? Uma abordagem etológica ao estudo da brincadeira. Estudos de Psicologia, 7(10), 163-164.
 
Burghardt, G. (2005). The genesis of animal play: testing the limits. Cambridge: MIT Press.
 
Johnson, J. E., Christie, J. F., & Yawkey, T. D. (1999). Play and early childhood development. New York: Longman.

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