Projeto traz dois exemplares de ararinha-azul de volta ao Brasil
DE SÃO PAULO
Dois exemplares da ararinha-azul (
Cyanopsitta spixii), que eram
mantidos em cativeiro na Alemanha, chegam hoje (26) em São Paulo. A
repatriação das aves é uma das ações do projeto Ararinha na Natureza,
que tem como objetivo devolver à Caatinga brasileira essa espécie que
desapareceu da região há mais de uma década.
A ararinha-azul é conhecida por ter "estrelado" a animação "Rio" --é
essa a espécie do protagonista Blu. Hoje, somente quatro ararinhas
compõem a população reprodutiva no Brasil, de acordo com o ICMBio
(Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
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Ararinha-azul de criadouro em SP, um dos quatro exemplares que compõem atualmente a população reprodutiva no Brasil |
"O objetivo é ter indivíduos suficientes em cativeiro para efetuar a
reintrodução em seu habitat natural daqui a alguns anos", disse Camile
Lugarini, coordenadora do PAN (Plano de Ação Nacional para a Conservação
da Ararinha-azul), coordenado pelo ICMBio.
As aves passaram por exames clínicos seguindo as exigências do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e foram embarcadas
em voo comercial em caixotes especiais. Após o desembarque, as ararinhas
serão levadas para a Estação Quarentenária de Cananéia (SP), onde
ficarão em quarentena. Depois as aves se juntarão a outros exemplares
que estão em cativeiro no Brasil, para a reprodução.
O PAN foi instituído pelo ICMBio em fevereiro de 2012 e prevê uma série
de medidas para aumentar a população das aves manejada em cativeiro,
além de recuperar e conservar o habitat da espécie até 2017.
A transferência das aves tem como parceiros o ICMBio, organizações da
sociedade civil sem fins lucrativos (SAVE Brasil e Funbio, via carteira
Fauna Brasil) e a Vale.
NO EXTERIOR
A repatriação faz parte das ações do governo brasileiro e parceiros para
reintroduzir a ararinha-azul na natureza. A espécie brasileira é nativa
da Caatinga. Considerada extinta em ambiente natural desde 2000,
atualmente há no mundo apenas 80 indivíduos, mantidos em programas de
cativeiro. A maioria encontra-se em mantenedores no exterior (Espanha,
Alemanha e Quatar).
Em abril, será feita a repatriação de um novo grupo de ararinhas que virão da Espanha.
Atualmente a ararinha-azul é um dos animais mais ameaçados do planeta,
devido ao histórico de destruição de seu habitat e a intensa captura
para o comércio ilegal. Por isso, a espécie tornou-se símbolo mundial da
importância de preservação da biodiversidade.
Como a possibilidade de existirem indivíduos na natureza é remota, o
aumento populacional em cativeiro para a reintrodução na natureza é a
única esperança para a recuperação da ararinha no seu habitat original.
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