O município de Santo Amaro da Purificação-Bahia, Brasil, foi palco de intensa
atividade de extração metalúrgica de chumbo entre os anos de 1956 e 1993, quando a
Plumbum-Mineração e Metalurgia Ltda. produziu entre 11.000 e 32.000 toneladas de
chumbo por ano e gerou um passivo ambiental que vem sendo estudado desde a década
de 70. Resíduos típicos desta atividade constituem-se principalmente de óxidos de Si,
Ca, Fe, Zn, Pb e S, contendo traços de Cd, As, Sb, Co e Cr. Esses resíduos foram
dispersos sem controle na atmosfera numa extensa área no entorno da chaminé da
fábrica, contaminando os solos da região numa magnitude que traz danos tanto do ponto
de vista de saúde humana quanto do meio ambiente. Contudo, apesar de decorridos
cerca de 17 anos do fechamento da fábrica e da enorme gama de trabalhos publicados
sobre o assunto, persistiam dúvidas sobre a contaminação residual ainda ativa na cidade,
bem como acerca de suas principais causas e consequências.
fonte: http://www.meau.ufba.br/site/publicacoes/estudo-da-contaminacao-remanescentes-de-chumbo-e-cadmio-no-municipio-de-santo-amaro-ba
O RASTRO DA DESTRUIÇÃO.
1º PARTE
A população da cidade de Santo Amaro da Purificação (BA),
distante cerca de 100 km de Salvador, vem sofrendo ao longo dos últimos
40 anos, com as conseqüências da poluição e a contaminação pelo chumbo
(Pb) e cádmio (Cd), em nível endêmico.
Neste período foram produzidas e comercializadas cerca de
900 mil toneladas de liga de chumbo, gerando um passivo ambiental de
milhões de toneladas de rejeito e cerca de 500 mil toneladas de escória
com 3% de concentração de chumbo. Pelos valores atuais do chumbo no
mercado mundial, o empreendimento instalado naquela cidade baiana,
durante sua vida útil, faturou cerca de US$450 milhões.
A multinacional produziu e comercializou 900 mil toneladas
de liga de chumbo e gerou um passivo ambiental de 3 milhões de toneladas
de rejeitos e cerca de 300 mil toneladas de escória com alta
concentração de chumbo.
Quando a empresa encerrou as atividades, em 1993, deixou
para trás um rastro de destruição e doenças. A escória exposta a céu
aberto espalhou chumbo pelas ruas, pelos rebocos das residências, no
solo e na água do rio Subaé, que arrastou o metal pesado para a Baía de
Todos os Santos.
Os danos causados ao meio ambiente tiveram como
conseqüência a contaminação da população santamarense, principalmente os
ex-trabalhadores e moradores do entorno da fábrica.
Surgiu então o saturnismo, uma doença que afina os braços,
paralisa as mãos, provoca dores agudas, causa impotência sexual nos
homens e aborto e má formação fetal nas mulheres.
Por causa do excesso de metais na água e no solo, outras
doenças como anemia, câncer de pulmão, lesões renais, hipertensão
arterial, doenças cérebro-vasculares e alterações psicomotoras também
foram identificadas.
E todo o absurdo relatados com o aval, autorizaçoes,
licenças ambientais e da inércia dos governantes em todas as esferas do
governo,da representaividade da justiça e de todos os conselhos e suas
instâncias, tanto ambientais como os conselhos de saúde,sabedoras do
assunto,que repercutiu a nivel internacional,que a até hoje sem
resultados concretos e decente ao caso,ausentando e se esquivando da
responsabilizaçao da UNIAO ,desse rastro de destruiçao,onde ate entao,
nunca se viu politicas emergenciasi de saude( diagnostico, tratamento)
dentro do municipio,sem hospital municipal, e nem se quer existe
100 % SUS,alem de duas(2) filantropias de pequeno porte,e
um hospital tercerizado,onde presta serviço pelo SUS por cotas
limitadas, atendimentos emergencias, e primarios, O ``Estado´´se manteve
estaticamente omissa, des de entao,perguntamos á onde estao os direitos
humanos ? os diretios a saude? garantidos por leis do SUS? lei 8080 e
8.142
Seguira a continuaçao do Episodio
``Contaminaçao por chumbo em Santo Amaro efeitos comprovados sem soluçao e sem resultado!fonte: http://www.redehumanizasus.net/8796-contaminacao-de-chumbo-em-santo-amaroefeito-comprovadosem-solucao-e-sem-resultado
Santo Amaro: Justiça determina que União construa centro de tratamento para contaminação
Foto: Roberto Abreu/MinC
As
vítimas de contaminação por metais pesados, como chumbo e cádmio, em
Santo Amaro, Bahia, terão um Centro de Referência para tratamento. A
construção é de responsabilidade da União e da Fundação Nacional de
Saúde (Funasa), de acordo com determinação da Justiça Federal. Para o
Ministério Público Federal (MPF), o Estado se omitiu em relação aos
problemas de saúde que atingiram cerca de 80% dos habitantes,
principalmente os ex-trabalhadores da mineradora. O descarte inadequado
de resíduos realizado pela Plumbum Comércio e Representações de Produtos
Minerais e Industriais, antiga Companhia Brasileira de Chumbo - Cobrac,
que atuou na cidade por mais de 30 anos, tornou Santo Amaro o município
mais poluído por chumbo no mundo. A ordem deve ser cumprida nos
próximos seis meses, e a Funasa e a União têm até a próxima quarta-feira
(28) para adotar medidas iniciais de construção do centro, como a
alocação de recursos e instalação de estrutura de atendimento
emergencial. A Justiça também determinou que representantes da
mineradora Plumbum, em 15 dias cerquem a área onde estava alocada a
empresa, informando sobre o risco de contaminação e a presença de
vigilantes para evitar a entrada de pessoas e animais na área.
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